Vítima dos 61 socos relembra falas do agressor durante violência: 'Você vai morrer'
Vítima dos 61 socos relembra falas de Igor Eduardo Pereira Cabral, que foi preso logo após brutalmente agredir a então namorada; veja
[ALERTA: o texto a seguir aborda assuntos relacionados a violência doméstica. Caso você esteja passando por uma situação do tipo ou conheça alguém que precise de ajuda, procure a Central de Atendimento à Mulher, disponível 24 horas pelo telefone 180, ou a Delegacia Especializada da Mulher (DDM) mais próxima]
Juliana Garcia dos Santos, de 35 anos, falou publicamente sobre a agressão que sofreu de seu ex-namorado, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Pereira Cabral. A brutal violência aconteceu no elevador do prédio da vítima em Natal (RN), a fazendo levar mais de 60 socos. A cena foi flagrada pelas câmeras de segurança e o rapaz foi peso no sábado, dia 26 de julho. Em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record, a jovem contou que o ataque do então namorado aconteceu devido a uma crise de ciúmes.
"Ele pediu pra eu mandar mensagem para um amigo perguntando se ele ia lá no prédio encontrar com a gente e ele respondeu que sim. Ele pediu pra ver meu celular e mostrar as mensagens para outro amigo nosso e eu não deixei", disse ela.
A raiva escalou rapidamente, fazendo com que Igor arremessasse o celular da vítima na piscina do prédio. "Ele já havia quebrado outros dois celulares meus, por ciúmes. Sempre me acusando de traição", relembrou.
A agressão
Igor, então, correu em direção ao elevador que levava ao andar do apartamento da vítima. Ela tomou a dura decisão de seguir o namorado com medo de que ele quebrasse utensílios de sua casa. Ao chegarem no andar de sua casa, ele exigiu que ela saísse do elevador, mas ela se recusou pois sabia que seria agredida: "Eu sabia que fora do elevador não tinha câmera".
Ela, então, olhou para a câmera e tentou chamar atenção do porteiro: "Acenei para a câmera na esperança de que alguém percebesse que algo estava errado". Mas antes que fosse socorrida, o ex-jogador começou a agressão brutal: "Ele disse: 'então você vai morrer' e começou a me bater".
Apavorada, Juliana não conseguiu se defender, então apenas se protegeu como conseguiu: "Meu propósito era me manter viva, me manter consciente na medida do possível. Porque se eu me entregasse, eu tenho certeza que eu não estaria aqui pra contar essa história".
Segundo a vítima, Igor saiu do elevador plenamente: "A imagem mais marcante desse momento é ele olhando pra porta e ajeitando o chinelo como se nada tivesse acontecido". Quase chorando, ela disse: "O que vem na minha mente é que eu resisti. Ele falhou no plano dele".
Rosto desconfigurado
Juliana, agora, vive com pesar as dores do trauma. Ela, que precisará passar por uma cirurgia de reconstrução da face, enfrenta uma batalha pela autoestima: "O pior está quando eu me olho no espelho e não consigo enxergar a mulher vaidosa que eu sou, minha vida que foi tirada. Meus olhos roxos simbolizam resistência e esse é só o começo da minha nova vida".
A prisão
Vizinhas da vítima afirmaram que ele pediu para que a polícia fosse chamada: "Ele veio em direção a mim e pediu para chamar a polícia. Eu perguntei porque ele tinha feito isso e ele disse: 'foi porque ela me traiu'".
Um dos polícias que atendeu a ocorrência disse que Igor se entregou imediatamente: "Ele botou as mãos pra trás pra ser algemado, dizendo que estava errado, que perdeu a cabeça. Muito frio o cara…"