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Morte da cantora Sol ressalta a solidão e o empobrecimento dos artistas que envelhecem

Há perigosa ilusão e sofrimento silencioso sob os holofotes no mundo das celebridades

13 jul 2025 - 10h48
(atualizado às 11h08)
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Fama e sucesso afagam o ego, fazem brilhar os olhos, abrem portas, atraem pessoas interessantes, mas não garantem o futuro.

Assistimos agora a um exemplo disso: a cantora Sol foi encontrada morta em São Paulo e amigos tiveram de pedir doações em dinheiro nas redes sociais para custear o velório e o enterro.

Nas mensagens, disseram contar com a colaboração de fãs para “uma despedida digna”. O corpo de Sol será sepultado no Cemitério de Vila Formosa, na zona leste de São Paulo, onde a prefeitura disponibiliza covas gratuitas a pessoas de baixa renda ou sob vulnerabilidade social.

Segundo o ‘santinho de finado’ divulgado na internet, Sol (nascida Sandra Fátima do Valle Reis) nasceu em 1955. Faria 70 anos em novembro.

Artista desde os 7 anos, ela conheceu o estrelato na TV, onde se apresentava em programas populares, como ‘Silvio Santos’, ‘Hebe’ e ‘Clube do Bolinha’. O auge foi na década de 1980, quando rivalizada com Gretchen devido ao estilo sensual de cantar e dançar.

Fez turnês em outros países e passou temporada longa trabalhando no Japão. O avanço do tempo trouxe menos visibilidade na mídia e poucos contratos para apresentações.

Assim como ocorreu com incontáveis outros artistas veteranos, a cantora caiu no ostracismo e enfrentou dificuldades financeiras. Às vezes, subia em pequenos palcos e cantava em programas na web sem repercussão.

A estrela foi obrigada a viver do saudosismo. Mas as boas lembranças não pagam boletos nem garantem uma velhice digna. No Brasil, a maioria dos artistas é refém do efêmero: hoje está no topo, amanhã pode não ter mais nada.

Alguns, com sorte, são acolhidos por parentes e amigos. Há os que sobrevivem de uma aposentadoria pequena. Outros são amparados por instituições como o Retiro dos Artistas no Rio.

A maior parcela, porém, fica à própria sorte — e, quase sempre, morre mergulhada na solidão e no ressentimento.

Nas raras aparições na mídia nos últimos 10 anos, Sol exibia o mesmo carisma de antes. Diante das câmeras, não transmitia os problemas para se manter.

Sorridente, ela participou do quadro de calouros 'Dez ou Mil', do Ratinho, no SBT. Aplaudida pelo júri e a plateia, reviveu por um instante o passado glorioso. Depois, novo sumiço dos holofotes.

Precisou morrer para ser novamente lembrada e homenageada. 

A cantora Sol conheceu o auge e, depois, as dificuldades impostas aos artistas que envelhecem
A cantora Sol conheceu o auge e, depois, as dificuldades impostas aos artistas que envelhecem
Foto: Reprodução/YouTube
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