Ex-bailarina processa Ratinho por racismo em valor milionário
Bailarina Cíntia Cristina de Mello processa apresentador por racismo após comentário racista durante uma edição do Programa do Ratinho
A bailarina Cíntia Cristina de Mello entrou na justiça e pediu 2 Milhões de reais em indenização após acusar apresentador Ratinho de racismo.
A coluna Daniel Nascimento do jornal O Dia divulgou a informação na terça-feira (9). O comentário racista ocorreu durante a edição do Programa do Ratinho, exibido no dia 1° de abril de 2024, no episódio Cíntia fazia parte do balé da atração quando o apresentador comentou sobre seu cabelo black power e questionou se o cabelo era verdadeiro ou peruca, ele disse para uma colega puxar os fios para verificar e insinuou que a bailarina teria piolhos: "Não é seu cabelo! Eu vi um piolinho aqui, puxa o cabelo dela, Milene!", disse ele.
Ela diz ter procurado a direção do programa logo após a gravação, em busca de desculpas publicas, mas nega ter recebido retorno. Após o episódio, relatou perceber "olhares hostis" nos corredores da emissora. Sem soluções com a produção do programa, ela pediu demissão e publicou um desabafo nas redes sociais comentando sobre o ocorrido.
Em defesa, Ratinho negou ser racista e citou a presença de funcionários negros no programa, e que tudo não passou de uma "brincadeira típica do formato humorístico do programa" como uma tentativa de justificar o ocorrido. A defesa foi rebatida por Cíntia, que afirmou que conviver com pessoas negras não torna ninguém antirracista.
A dançarina pediu R$2 Milhões em indenização pois, segundo ela, a fala ao vivo a expôs nacionalmente, gerou humilhação, repercussão negativa e comentários ofensivos nas redes sociais.
Os advogados de defesa do apresentador alegam que a própria teria dito inicialmente que não se sentiu ofendida, e acusa Cíntia de exagerar no valor do processo.
Audiência
Uma tentativa de conciliação chegou a acontecer em julho de 2025, mas terminou sem acordo. Uma nova audiência foi marcada pela justiça para janeiro de 2026, em São Paulo. Ratinho, o SBT e as testemunhas indicadas terão de apresentar suas versões oficialmente diante do magistrado. A emissora, inclusive, foi intimada a comprovar o pagamento da remuneração do conciliador, sob risco de inscrição em dívida ativa.