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Este achocolatado gelado que parecia, mas não era, refrigentante foi febre no Brasil nos anos 70

Sustincau, o achocolatado em garrafa de refrigerante que marcou a infância nos anos 70 com sabor único, praticidade e memória afetiva

26 dez 2025 - 18h00
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O Sustincau marcou presença nas prateleiras brasileiras dos anos 1970 de um jeito pouco comum para um achocolatado: em garrafa de vidro, com rótulo colorido e tampinha metálica, mais parecido com refrigerante do que com leite sabor chocolate. A bebida, pensada para o consumo rápido e gelado, acabou entrando para a memória afetiva de muitas crianças daquela época, que viam no produto uma mistura de refresco, lanche e símbolo de modernidade.

Lançado em um período de forte crescimento da indústria de alimentos processados, o Sustincau refletia uma fase em que novidades chegavam com frequência aos supermercados. Em meio a refrigerantes, sucos artificiais e leite em pó, o achocolatado em garrafa surgia como opção prática para pais e mães e como novidade curiosa para o público infantil, que se acostumava a encontrar o sabor de chocolate em embalagens pouco usuais.

O que era o Sustincau e por que chamava tanta atenção?

O Sustincau era um achocolatado pronto para beber, vendido gelado, em garrafas semelhantes às de refrigerante. A principal diferença estava na proposta: em vez de ser um simples refresco gaseificado, o produto misturava leite, açúcar, chocolate em pó e aditivos, formando uma bebida voltada para o lanche e o recreio escolar. A imagem da bebida associada à energia e ao "reforço" alimentar acompanhava também o nome, que remetia à ideia de algo "sustentador".

Nas gôndolas, o Sustincau competia visualmente com refrigerantes tradicionais. A garrafa de vidro, o formato da embalagem e a disposição ao lado de bebidas gasosas criavam a impressão de que se tratava de um refrigerante de chocolate, o que despertava curiosidade. Para as crianças, a combinação de garrafa de "refri" com sabor de achocolatado transformava o simples ato de beber em um momento de destaque nos encontros em família e nas horas de lazer.

Vendido em garrafas de vidro, ele se tornou um símbolo de praticidade e um item indispensável na memória afetiva das lancheiras da época – depositphotos.com / VadimVasenin
Vendido em garrafas de vidro, ele se tornou um símbolo de praticidade e um item indispensável na memória afetiva das lancheiras da época – depositphotos.com / VadimVasenin
Foto: Giro 10

Sustincau: o achocolatado vendido como se fosse refrigerante

A principal marca do Sustincau na memória coletiva é justamente essa apresentação híbrida. O achocolatado em garrafa remetia a um refrigerante, mas com aparência mais densa e cor escura típica do cacau. Em muitos pontos de venda, o produto era mantido em geladeiras ao lado de refrigerantes e sucos, reforçando a associação. Enquanto outros achocolatados dependiam de leite preparado em casa, o Sustincau chegava pronto, o que atendia a um consumidor que começava a aderir ao ritmo urbano acelerado.

Essa forma de apresentação também dialogava com os hábitos de consumo da época. Em festas infantis, merendas escolares e passeios de fim de semana, a bebida aparecia como alternativa aos refrigerantes tradicionais. O fato de ser um achocolatado pronto para beber criava um ar de novidade em comparação com o clássico leite com chocolate preparado em casa, que exigia mais tempo e utensílios. Assim, o Sustincau passou a ocupar um espaço próprio no imaginário das crianças dos anos 70, que associavam o produto a momentos de recreio e descontração.

Como o Sustincau marcou a geração de crianças dos anos 70?

A presença do Sustincau na infância de quem cresceu nos anos 1970 está ligada a um contexto mais amplo de transformação do consumo alimentar. À medida que cidades se expandiam e supermercados ganhavam força, produtos prontos, embalados e de preparo instantâneo se tornavam mais comuns. O achocolatado em garrafa representava essa transição de hábitos domésticos para um consumo mais urbano, padronizado e mediado por marcas.

Para muitas famílias, o Sustincau aparecia como um agrado eventual, consumido em ocasiões específicas, como idas à padaria, visitas a parentes ou passeios de domingo. Crianças associavam o produto a momentos de liberdade, quando podiam escolher a própria bebida na geladeira do comércio. Esse tipo de lembrança ajudou a consolidar o achocolatado como um símbolo geracional, frequentemente citado em relatos nostálgicos sobre a infância e sobre o cotidiano das cidades brasileiras nos anos 70.

Qual era o papel da publicidade e do mercado de bebidas na popularização do Sustincau?

A difusão do Sustincau esteve ligada ao avanço da publicidade voltada para o público infantil e familiar. Comerciais de TV, anúncios em revistas e materiais de ponto de venda destacavam o caráter energético e "fortificante" do achocolatado, alinhado ao discurso da época sobre crescimento saudável e praticidade. A comunicação visual explorava cores fortes e ilustrações que dialogavam diretamente com crianças, mas sempre mediadas pelo apelo à nutrição para convencer os adultos.

Ao mesmo tempo, o mercado de bebidas passava por uma fase de diversificação. Refrigerantes, xaropes, sucos artificiais em pó e leites saborizados disputavam espaço nas mesas e nas lancheiras. O Sustincau se inseria nessa disputa oferecendo um produto intermediário: tinha a praticidade de um refrigerante gelado, mas evocava a ideia de alimento associado ao leite e ao chocolate. Essa combinação permitiu ao produto conquistar um nicho específico, ainda que por tempo limitado.

O sucesso do Sustincau reflete a modernização do consumo nos anos 70 – depositphotos.com / serezniy
O sucesso do Sustincau reflete a modernização do consumo nos anos 70 – depositphotos.com / serezniy
Foto: Giro 10

Quais lembranças e curiosidades ajudam a entender o impacto do Sustincau?

Relatos de quem consumiu o Sustincau na infância costumam ressaltar alguns aspectos recorrentes. Entre eles, a experiência de beber o achocolatado diretamente na garrafa de vidro, o cuidado para não derramar, o som da tampinha ao ser retirada e a sensação de estar consumindo algo "diferente" do cotidiano. Esses detalhes práticos ajudam a entender por que o produto permanece presente na memória, mesmo décadas após ter deixado de circular amplamente.

  • Formato da embalagem: garrafa de vidro semelhante à de refrigerante, geralmente em tamanhos individuais.
  • Consumo gelado: a bebida costumava ser vendida refrigerada, reforçando a associação com refrescos.
  • Presença em mercearias e padarias: pontos de venda de bairro desempenhavam papel central na distribuição.
  • Imagem de energia: o nome e a proposta do produto dialogavam com a ideia de bebida "reforçada" para crianças.

O que o Sustincau revela sobre a alimentação infantil daquela época?

O Sustincau oferece pistas sobre como a alimentação infantil vinha sendo moldada pela indústria de alimentos no Brasil dos anos 70. A presença de achocolatados prontos, cereais matinais, biscoitos recheados e refrigerantes na rotina das crianças indicava uma mudança gradual em relação às preparações caseiras. Produtos como o Sustincau ajudaram a consolidar a ideia de praticidade como valor central no dia a dia das famílias urbanas.

Com o passar do tempo, o achocolatado em garrafa foi sendo substituído por outras bebidas prontas, embalagens longa vida e novas marcas de leite sabor chocolate. Ainda assim, o Sustincau permaneceu como referência quando se fala em bebidas que marcaram a infância nos anos 70. Ao reunir características de refrigerante e de achocolatado, o produto se transformou em um retrato de uma época em que consumo, modernização e hábitos alimentares começavam a andar lado a lado, deixando registros duradouros na memória de uma geração.

Giro 10
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