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Ed Gein: 'Não estamos glorificando, estamos tentando explicá-lo', defende criador de 'Monstro'

Ryan Murphy, criador da antologia 'Monstros', da Netflix, fala sobre críticas após estreia de temporada sobre serial killer que inspirou 'Psicose' e outros

7 out 2025 - 00h06
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Charlie Hunnam interpreta o serial killer Ed Gein em 'Monstro: A História de Ed Gein'
Charlie Hunnam interpreta o serial killer Ed Gein em 'Monstro: A História de Ed Gein'
Foto: Netflix/Divulgação / Estadão

A nova série da antologia Monstros está seguindo uma trajetória semelhante às traçadas pelas temporadas anteriores, sofre Jeffrey Dahmer e os irmãos Menendez. Embora já seja um sucesso de audiência na Netflix, A História de Ed Gein tem gerado um debate acalorado entre fãs e imprensa especializada sobre a abordagem escolhida pelos autores para retratar a vida do serial killer. Afinal, a série faz uma denúncia ou está vangloriando um assassino?

"Acho que as pessoas sempre ficam muito confusas sobre essas séries, elas normalmente só entendem mesmo um ano depois", admite o criador Ryan Murphy ao falar sobre a repercussão de seus projetos, em entrevista coletiva com a presença do Estadão. "Essa é a minha experiência. A mesma coisa aconteceu com Dahmer, a mesma coisa aconteceu com os Irmãos Menendez. Você vê primeiro, de forma compreensível, a natureza gratuita dos crimes e das pessoas que os cometeram. Mas acredito que é sempre o presente do tempo que nos leva aos editoriais e artigos que dizem 'ah, acho que o que eles estavam dizendo era...', e acho que essa frase, 'o que eles estavam dizendo', é muito importante."

Murphy revela que, para ele, a história de Ed Gein reflete o que hoje entende-se como cultura incel. "Ele era de muitas formas o protótipo [do incel], o que é algo muito atual de se falar agora. Ele era isolado, tinha questões com mulheres, era frustrado, lidava com transtornos mentais. Nunca é somente sobre o crime, é sobre o tópico social", resume.

Acostumado com as críticas sobre uma suposta idealização dos criminosos que retrata em suas séries, o autor rejeita a ideia de que mostra a violência dos atos de forma gratuita.

"Não acho que estejamos glorificando, estamos apenas tentando explicá-lo", pontua. "Tem aquela ideia de que a história se repete porque ninguém prestou atenção, e acredito que, no caso de Ed em particular, ninguém nunca o colocou em algum contexto cultural."

"[Ninguém falou] 'Isso foi o que Ed fez, e essa foi a consequência, e isso foi o que o influenciou', que foi a 2ª Guerra Mundial. Esse era o meu interesse. Vivemos um tempo em que há guerras em todo o mundo, e ficamos acostumados com as imagens que vimos. A série é um comentário sobre isso também", reflete.

Mesmo assim, Murphy diz que compreende a origem das preocupações, mas prefere que suas séries sejam sempre fonte de debates e reflexões mais longas.

"É uma mente pequena que quer que tudo seja fácil e que a jornada até a verdade não seja difícil, mas a série é sempre isso. Não é gratuito, nós passamos muito tempo trabalhando na imagem e discutindo o que mostramos ou não. Mas eu entendo, e acho que no final tudo sempre funciona da melhor forma. Você precisa esperar um pouco depois de fazer alguma coisa para ser compreendido de verdade."

Estadão
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