Sequência de 'Rec' aposta em trama paranormal
Bem-vinda surpresa do cinema de terror recente, o filme de zumbi espanhol Rec (2007) se converteu num sucesso local que ganhou o mundo e rendeu uma inócua refilmagem americana, Quarentena (2008). Agora chega até nós sua continuação, Rec -Possuídos.
O subtítulo em português é desnessário por quebrar parte do suspense da trama. Mesmo a distribuidora tendo se encarregado do papel de estraga-prazeres, ainda dá para ficar de olhos grudados na tela e bem agarrado à poltrona durante os 85 minutos de projeção. Tensão é o que não falta.
Tudo começa 15 minutos depois do primeiro filme. Vale aqui apertar a tecla rewind da memória: repórter de TV (Manuela Velasco) e seu câmera se unem a dois bombeiros e entram num prédio para resgatar uma senhora trancada em seu apartamento. Descobrem que os moradores se transformaram em zumbis. A partir daí é um salve-se quem puder registrado pela câmera do diretor do longa e do personagem.
Desta vez, um médico (Jonathan Mellor) e uma equipe da SWAT ingressam no edifício para saber o que houve com a equipe que lá entrou. Deparam com um punhado de mortos-vivos e sangue por todos os lados. A causa do estranho fenômeno é bem mais assustadora que a simples contaminação por um vírus.
O recurso da câmera dentro da ação em produções de terror deu um sopro de revitalização no formato a partir de A Bruxa de Blair (1999). Desde então, uma série de filmes e realizadores adotou o esquema. Até o papa do gênero, George A. Romero, sucumbiu a febre com Diário dos Mortos (2007), no qual uma equipe de cinema vira personagem do próprio trabalho. A dupla de diretores de Rec - Possuídos, Jaume Balagueró e Paco Plaza, usa o artifício para criar uma atmosfera claustrofóbica de suspense. Faz quase o mesmo filme, porém sem o impacto do original.