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Francisco Cuoco foi peça fundamental para consolidar sucesso da Globo - e das novelas

Ator, que morreu nesta quinta, 19, tornou-se galã, mas tinha perfil do ‘homem comum’, o que facilitava a identificação com o público

20 jun 2025 - 00h34
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Francisco Cuoco como o personagem Carlão, da novela Pecado Capital, de 1975, escrita por Janete Clair
Francisco Cuoco como o personagem Carlão, da novela Pecado Capital, de 1975, escrita por Janete Clair
Foto: Divulgação

O ator Francisco Cuoco, que morreu nesta quinta-feira, 19, aos 91 anos, foi uma das peças fundamentais para a consolidação da Globo, nos anos 1970, como emissora nacional e campeã de audiência. Ao lado de colegas como Tarcísio Meira, Glória Menezes, Regina Duarte e Beth Faria, ele conquistou o público ao se tornar galã de telenovela, programa que se tornou paixão nacional.

Foi uma tacada certeira da Globo, atenta à admiração das pessoas pelas radionovelas - bastou manter roteiros com altos e baixos e, principalmente, dar um corpo para aquelas vozes. Mas a mistura só deu certo principalmente graças ao raro talento de Janete Clair, a maior teledramaturgia brasileira.

Ela sabia como agarrar a atenção dos espectadores por mais de 300 capítulos, mas contava com um elenco capaz de criar esse encantamento. E Cuoco foi um de seus principais agentes.

Ele não era um excelente ator - não apresentava, por exemplo, a sofisticação de Lima Duarte. Mas Janete sabia que Cuoco tinha o perfil ideal do homem comum, aquele com que a grande maioria se identificava facilmente.

Assim, criou para ele o personagem Carlão, o taxista de Pecado Capital (1975-76) que descobre uma mala de dinheiro deixada por assaltantes em seu veículo. Seduzido pela possibilidade de enriquecer com facilidade, o que poderia atrair a atenção de sua amada Lucinha (Beth Faria), ele não devolve o dinheiro. A audiência gostava daqueles que lutavam pelo amor, não importava os meios.

Mesmo cometendo um crime, Carlão ganhou o apoio do publico graças ao perfil criado por Janete baseado nas qualidades artísticas de Cuoco. Carlão só precisou morrer no último capítulo porque a sociedade brasileira ainda não acreditava que o crime compensava.

Francisco Cuoco e sua cachorrinha
Francisco Cuoco e sua cachorrinha
Foto: Reprodução/franciscocuocoreal/Instagram

Outra parceria certeira entre Janete e Cuoco foi O Astro (1977). O ator vive Herculano Quintanilha, malandro que fatura bem como um falso ilusionista - ele termina a novela como assessor de um país ditatorial da América Central.

Novamente, Janete se vale de um malandro simpático cujo carisma só poderia existir graças aos trejeitos de Francisco Cuoco.

Vistas hoje, suas cenas soam um tanto exageradas, quase caricatas. Mas, nos anos 1970, em meio ao milagre econômico propagado pelo governo militar, o público se fascinava com personagens que, mesmo tortos, errados, eram demasiadamente humanos. E Cuoco reinava com desenvoltura.

Ator Francisco Cuoco morre aos 91 anos:
Estadão
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