Olga Rabinovich, a herdeira que investe para melhorar a qualidade do cinema nacional
Criadora da fundação que leva seu nome tem projeto dedicado a preparar profissionais para trabalhar na indústria cinematográfica brasileira
Herdeira de uma família que esteve envolvida em negócios bilionário, como o grupo Vicunha e a siderúrgica CSN, Olga Rabinovich decidiu iniciar uma tradição familiar: usar parte de seu dinheiro em ações filantrópicas ou sociais. Ao criar o instituto que leva seu próprio nome, ela definiu as artes como uma de suas prioridades - mais especificamente, o fomento ao cinema nacional. É por isso que, dentro do instituto, foi criado o Projeto Paradiso, que mantém uma equipe dedicada a preparar os profissionais de cinema nacional, em especial os voltados ao roteiro - apontado como uma das principais falhas dos filmes brasileiros.
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A inscrição no Projeto Paradiso, porém, depende de um aceite prévio em uma instituição de ensino internacional voltada ao setor. A ideia, diz Olga, é que a falta de recursos não seja impeditivo para que um brasileiro receba a formação. Cada vez mais, a seleção também deverá incluir critérios de diversidade, de olho no desequilíbrio racial e de gênero. Hoje, 42% dos selecionados para bolsas são negros, número que deverá aumentar nos próximos anos.
Para garantir a reverberação do investimento no cinema nacional ao longo do tempo, todos os estudantes e profissionais apoiados pelo Projeto Paradiso se tornem mentores de pessoas interessadas em um dia trabalhar com a sétima arte.
Para garantir a evolução do cinema nacional, Olga se permite até mesmo sair do escopo original de sua proposta. Em agosto de 2020, diante do abandono da Cinemateca Brasileira, ela reuniu um grupo de filantropos para garantir a preservação da memória da produção nacional - garantindo, assim, referências históricas para as gerações futuras. "Era uma emergência e conseguimos trazer mais gente para nos ajudar com isso. Foi muito bom", define ela.