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Del Toro quer perturbar seus sonhos com 'Não Tenha Medo do Escuro'

13 out 2011 - 18h19
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Gabriel Perline

Não há nada mais apavorante que ver o medo e desespero reproduzidos pelo rosto de uma criança. E é desta forma, novamente, que Guillermo Del Toro tenta traduzir estes sentimentos em seu novo filme, Não Tenha Medo do Escuro, que estreia nesta sexta-feira (14) nos cinemas. O longa, cujo título acaba prontamente anulado ao passar das cenas aterrorizantes exibidas neste conto de fadas sombrio, mostra uma repetição do cineasta mexicano, que conta a história de uma criança colocada em segundo plano na vida dos pais e acaba se entregando à amizade de criaturas obscuras habitantes das profundezas de uma mansão.

Aqui, Del Toro assina somente como roteirista e produtor, deixando a direção sob a responsabilidade de Troy Nixey, que traz o estilo de Guillermo à sua forma de conduzir o longa. Crianças como centro das narrativas, criaturas fantásticas e universos subterrâneos nunca desbravados são alguns dos elementos frequentes nas histórias do cineasta mexicano. Em Labirinto do Fauno (2007), onde estes tópicos também são encontrados, sua mente criativa lhe rendeu três estatuetas no Oscar.

Não Tenha Medo do Escuro ecoa como um convite à pequena Sally (Bailee Madison), que se muda para um casarão, com ares de castelo em Rhode Island, e passa a viver a contragosto com o pai, Alex (Guy Pearce), e sua nova namorada, Kim (Katie Holmes). A menina vê na nova madrasta uma rival da mãe, que abriu mão da tarefa de educá-la. Na aflição de enfrentar seus próximos dias no local, ela passa a desbravar os ambientes da mansão, construída no século 19, com a esperança de encontrar algo que lhe dê forças para suportar seus incômodos.

Sally se perde em um dos jardins da casa, que dá acesso a uma passagem estreita, e descobre o teto de um porão. A partir daí, a vida da família começa a sofrer intervenções não agradáveis. Alex e Kim encontram o acesso ao ambiente por uma parede de madeira, construída para impedir o encontro do local, que esconde todo o segredo da trama.

A menina passa a ouvir vozes, que indicam o destravamento de uma barra metálica instalada em algo que um dia pode ter servido como lareira, prometendo um mundo mais alegre, com brincadeiras e outros amigos, diferente do que vinha recebendo até o momento. Ela abre e, sem saber, coloca a vida de todos em risco.

Alertar o pai sobre as criaturas, que somente se manifestam no escuro por não suportarem a luz brilhante, acaba em vão e o arquiteto cogita que a filha sofra de distúrbios psicológicos. Quem entra em ação como "heroína" é Kim, sempre ignorada pela garotinha, mas que acaba se tornando sua principal aliada.

Katie Holmes, que ganhou como enteada na ficção uma "cópia" de sua pequena Suri Cruise, parece ter se sentido à vontade no papel, não precisando de grandes esforços para desenvolver sua personagem. Ela é quem busca as explicações históricas dos seres que habitam a casa e luta pelo bem-estar de uma filha, que abraçou como sua desde o momento em que identificou os medos da pequena.

Apoiado por uma trilha sonora densa, responsável por conduzir o público na onda do suspense que paira desde os primeiros minutos do longa, Não Tenha Medo do Escuro mantém a tensão em alta em boa parte do filme, mas não escapa aos clichês do gênero. O constante descaso dos adultos com o desespero da criança, a queda de energia na mansão no grande ato das "fadas subterrâneas" e os sustos previsíveis estão presentes no filme, que mesmo tendo seus pontos baixos, vale a ida ao cinema. É um conto de fadas, não necessariamente com final feliz, que testa um dos medos mais comuns das crianças - e por que não dos adultos? -, o escuro.

'Não Tenha Medo do Escuro' estreia nesta sexta-feira (14) nos cinemas
'Não Tenha Medo do Escuro' estreia nesta sexta-feira (14) nos cinemas
Foto: Reprodução
Fonte: Terra
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