Celso Portiolli vence batalha judicial contra Facebook após golpe
Rede social é obrigada a remover vídeos além de fornecer dados dos responsáveis que usaram a voz e imagem do apresentador por IA sem autorização
Em um cenário cada vez mais dominado por tecnologias digitais e redes sociais, a proteção da imagem pública tornou-se um desafio constante para figuras conhecidas. Foi nesse contexto que o apresentador Celso Portiolli enfrentou uma situação delicada: sua imagem e voz foram utilizadas de maneira fraudulenta em anúncios enganosos nas redes sociais, levando-o a mover uma ação judicial contra o Facebook.
A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferida em 6 de agosto de 2025, obtida com exclusividade pelo colunista Daniel Nascimento do jornal O Dia, representa um precedente importante na luta contra crimes digitais.
O caso teve início em fevereiro de 2025, quando começaram a circular nas redes sociais vídeos manipulados por inteligência artificial que mostravam Portiolli supostamente pedindo doações para uma criança fictícia chamada Gabriel, diagnosticada com leucemia. A montagem era tão convincente que comoveu milhares de internautas, levando muitos a realizar transferências financeiras acreditando estar ajudando uma causa legítima.
A repercussão foi tamanha que, em abril, o caso ganhou destaque na mídia, gerando indignação entre fãs e seguidores do apresentador.
Diante da gravidade da situação, Celso Portiolli decidiu acionar judicialmente o Facebook, plataforma onde os anúncios estavam sendo veiculados. A ação exigia a remoção imediata dos conteúdos fraudulentos, a identificação dos responsáveis pelos perfis envolvidos e a responsabilização da empresa pela negligência na fiscalização de seus sistemas. A sentença, assinada pelo juiz Vinícius Peretti Giongo, atendeu integralmente às solicitações do apresentador.
Celso Portiolli: decisão judicial prevê multa diária se não cumprida
De acordo com a decisão, o Facebook foi obrigado a retirar os conteúdos das URL's identificadas, incluindo publicações no Instagram e perfis falsos na própria plataforma, no prazo de 48 horas. O não cumprimento acarretaria multa diária de R$ 2 mil. Além disso, a empresa teve 15 dias para fornecer todos os dados cadastrais e registros de acesso dos responsáveis pelos perfis fraudulentos, como nome, e-mail, telefone e endereços de IP, também sob pena de multa diária.
A sentença foi definitiva e encerrou o processo com resolução de mérito, condenando o Facebook ao pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios, estipulados em 10% do valor atualizado da causa. Embora a empresa tenha alegado que seus sistemas automatizados são capazes de detectar e remover conteúdos suspeitos, o juiz entendeu que houve falha na fiscalização, permitindo que os anúncios permanecessem ativos por semanas.
O caso de Portiolli evidencia como a tecnologia, quando mal utilizada, pode causar danos significativos à reputação e à confiança do público.
Além disso, a sentença reforça a importância da atuação judicial na regulação do ambiente digital. Ao exigir transparência e responsabilização das plataformas, a Justiça entende que não há espaço para omissão diante de crimes virtuais. A decisão também serve como alerta para outras empresas de tecnologia, que devem investir em sistemas mais robustos de monitoramento e resposta a denúncias.
Para Celso Portiolli, a vitória é um gesto de defesa de sua imagem, construída ao longo de décadas de carreira, e um posicionamento firme contra o uso indevido de sua identidade. E
m entrevistas, o apresentador destacou a importância de combater esse tipo de golpe, que não apenas prejudica sua reputação, mas também engana pessoas de boa fé.