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'Pé no chão e humildade', diz presidente da Vai-Vai após rebaixamento

Com 15 títulos, a maior vencedora do Carnaval paulistano foi a última colocada e desfilará no Grupo de Acesso em 2023

28 abr 2022 - 10h56
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Claricio Gonçalves, presidente da Vai-Vai
Claricio Gonçalves, presidente da Vai-Vai
Foto: Acervo Pessoal

A Vai-Vai, tradicional escola do Bixiga, em São Paulo, foi a última colocada no Grupo Especial e, com isso, novamente, rebaixada. Apresentando o enredo "Sankofa! Volte e pegue, Vai-Vai", a agremiação teve as piores pontuações ao lado da Colorado do Brás.

Maior vencedora do Carnaval paulistano com 15 títulos, a Saracura já havia sido rebaixada em 2019 e retornou ao grupo de elite ao ser campeã do acesso em 2020. Após dois anos sem Carnaval por causa da pandemia da covid-19, a escola vinha enfrentando muitas dificuldades nos últimos meses, incluindo a perda da quadra, onde estava sediada há mais de 50 anos.

"Foram muitos os desafios, mas tivemos, principalmente, problemas financeiros, o que dificulta muito colocar um Carnaval na rua. Como atenuante, tivemos que utilizar o barracão do acesso e uma tenda improvisada ao lado do Anhembi e abrir mão da nossa quadra", conta Claricio Gonçalves, presidente do Vai-Vai.

O local onde funcionava a sede da escola deverá abrigar uma nova estação de metrô. Para o Carnaval deste ano, enquanto aguardava a construção do novo espaço, também no bairro do Bixiga, a comunidade ensaiou na quadra do Sindicato dos Bancários.

Outras escolas tradicionais de São Paulo também enfrentam problemas para se manterem no grupo de elite do Carnaval. A Camisa Verde e Branco, da Barra Funda, permanece no Grupo de Acesso há alguns anos.

Em 2020, Nenê de Vila Matilde foi rebaixada ao Acesso 2 e saiu vitoriosa este ano, retornando para o Acesso 1 em 2023.  Leandro de Itaquera, outra escola da zona leste da capital paulistana, foi rebaixada ao Acesso 2 e fará companhia à também tradicional Unidos do Peruche.

"Cada escola vive uma realidade. O Vai-Vai pertence ao grupo especial do Carnaval. Vamos batalhar e trabalhar muito para que ocupemos o lugar que nos é de direito", fala Gonçalves.

Com a tristeza do rebaixamento, o presidente da escola do Bixiga diz que o momento é de assumir os erros, não perder tempo e já pensar no Carnaval do próximo ano. "Pedir perdão à comunidade, levantar a cabeça, mudar o que precisa ser mudado e começar, hoje, o Carnaval 2023. Pé no chão e humildade".

E para fazer um desfile que possibilite o retorno da Vai-Vai ao Grupo Especial, Gonçalves já tem o plano traçado. "Buscar investimento, encarar a realidade, olhar para nossos erros e consertar cada um deles", finaliza o presidente.

Integrantes da escola de samba Vai-Vai se preparam para o desfile da agremiação na segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval
Integrantes da escola de samba Vai-Vai se preparam para o desfile da agremiação na segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval
Foto: BETE MARQUES/O FOTOGRÁFICO / Estadão
Fonte: Redação Terra
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