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Capital dos Anões: saiba por que cidade do Sergipe tem esse apelido

Em Itabaianinha, município do interior de Sergipe, a presença de um número considerado acima da média de pessoas com nanismo chama a atenção de pesquisadores, médicos e curiosos há décadas. Entenda o que fez a cidade ser chamada de Capital dos Anões.

10 dez 2025 - 09h30
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Em Itabaianinha, município do interior de Sergipe, a presença de um número considerado acima da média de pessoas com nanismo chama a atenção de pesquisadores, médicos e curiosos há décadas. Afinal, a cidade, com pouco mais de 40 mil habitantes, passou a ser mencionada em reportagens, estudos acadêmicos e relatos populares como um ponto de concentração desse tipo de condição genética. Por isso, surgiu a expressão "capital dos anões". O fenômeno não está ligado a fatores sobrenaturais ou lendas, mas a explicações científicas relacionadas à hereditariedade, à história local e ao contexto social.

A dúvida mais comum entre moradores de outras regiões é se existe algo na água, na alimentação ou no clima de Itabaianinha que justifique essa incidência de nanismo. No entanto, as investigações médicas seguem em outra direção. Estudos apontam que a principal causa está em mutações genéticas específicas, combinadas com casamentos recorrentes entre pessoas aparentadas. Isso foi mais frequente em décadas passadas na zona rural do município. Assim, esse cenário favoreceu a transmissão e a concentração de determinados genes responsáveis pela baixa estatura.

A dúvida mais comum entre moradores de outras regiões é se existe algo na água, na alimentação ou no clima de Itabaianinha que justifique essa incidência de nanismo – Reprodução/Youtube
A dúvida mais comum entre moradores de outras regiões é se existe algo na água, na alimentação ou no clima de Itabaianinha que justifique essa incidência de nanismo – Reprodução/Youtube
Foto: Giro 10

O que é o nanismo observado em Itabaianinha?

De forma geral, o nanismo é uma condição em que a pessoa apresenta baixa estatura em comparação à média da população. Trata-se do resultado de alterações genéticas, hormonais ou de desenvolvimento ósseo. Em Itabaianinha, o tipo mais descrito por pesquisadores é o nanismo hipofisário, relacionado à produção reduzida do hormônio do crescimento. Em alguns casos registrados no município, a pessoa nasce com peso e tamanho próximos ao padrão, mas o ritmo de crescimento desacelera com o passar dos anos. Assim, essa condição leva à estatura final bem abaixo da média nacional.

Relatos de profissionais de saúde que atuam na região indicam que muitas dessas pessoas mantêm proporções corporais equilibradas, sem deformidades ósseas marcantes, o que difere de outros tipos de nanismo mais associados a alterações estruturais dos ossos. Esse quadro específico contribuiu para o interesse científico pelo município, já que a concentração de casos em uma mesma área geográfica ajuda na identificação de genes envolvidos e na avaliação de estratégias de tratamento, como o uso de hormônio do crescimento em situações adequadas.

Por que Itabaianinha é chamada de "capital dos anões"?

A expressão "capital dos anões" surgiu principalmente a partir da visibilidade dada pela mídia e por visitantes ao longo dos anos. A presença de várias pessoas com nanismo em espaços públicos, em atividades comerciais e em eventos locais chamou a atenção de jornalistas e documentaristas, que passaram a associar a cidade a esse fenômeno. Assim, o apelido ganhou força no imaginário popular, ainda que muitos moradores considerem a expressão inadequada ou reducionista em relação à diversidade da cidade.

Do ponto de vista histórico, relatos de famílias antigas de Itabaianinha mencionam ancestrais com baixa estatura desde o início do século XX. Em comunidades rurais mais isoladas, era comum o casamento entre primos ou entre pessoas de um mesmo grupo familiar, o que facilitou a manutenção de genes ligados ao nanismo ao longo de várias gerações. Esse conjunto de fatores reforçou a impressão externa de que o município teria "mais anões que o normal", alimentando a fama nacional.

Quais são as causas genéticas por trás desse número acima da média?

Pesquisas sobre Itabaianinha indicam que a hereditariedade é o principal fator para explicar a alta frequência de pessoas com baixa estatura. Em termos genéticos, quando um gene alterado responsável pelo nanismo circula em uma população pequena, tende a se manter e, em alguns casos, a se tornar mais comum. Isso acontece com mais facilidade quando existem uniões entre pessoas aparentadas, pois aumenta a chance de ambos carregarem a mesma mutação e de a característica se manifestar nos descendentes.

Entre os pontos científicos mais citados estão:

  • Mutação genética específica: estudos identificaram alterações em genes ligados à produção ou à ação do hormônio do crescimento.
  • Efeto fundador: a hipótese de que alguns poucos ancestrais portadores da mutação tenham transmitido o gene para muitos descendentes ao longo de gerações.
  • Isolamento relativo: em décadas passadas, a menor mobilidade e o isolamento de certas comunidades rurais facilitaram casamentos dentro de um mesmo grupo familiar.

Esses fatores, combinados, ajudam a entender por que a taxa de pessoas com nanismo em Itabaianinha é maior do que a observada em grande parte do território brasileiro.

Como a cidade lida com a fama de capital do nanismo?

A presença de muitos moradores com baixa estatura em Itabaianinha gerou, ao longo do tempo, diferentes formas de convivência social. Em alguns ambientes, há registros de maior inclusão, com pessoas com nanismo atuando no comércio, em serviços e em atividades culturais. Em outros contextos, ainda surgem relatos de apelidos e expressões que podem ser considerados preconceituosos, o que motiva debates sobre respeito e linguagem adequada.

Profissionais de saúde e educação do município relatam iniciativas voltadas para:

  1. Orientar famílias sobre o nanismo e suas causas genéticas.
  2. Estimular acompanhamento médico especializado, quando disponível, incluindo avaliação hormonal.
  3. Promover acesso à escola e ao trabalho em condições que respeitem as necessidades físicas, como adaptações de mobiliário e transporte.

Além disso, o interesse científico pela cidade também contribuiu para parcerias com universidades e centros de pesquisa, abrindo espaço para exames, levantamentos genéticos e acompanhamento de casos ao longo dos anos.

resultado de alterações genéticas, hormonais ou de desenvolvimento ósseo – depositphotos.com / IgorVetushko
resultado de alterações genéticas, hormonais ou de desenvolvimento ósseo – depositphotos.com / IgorVetushko
Foto: Giro 10

O que a ciência ainda investiga sobre Itabaianinha e o nanismo?

Mesmo com avanços, ainda existem pontos em estudo sobre a relação entre Itabaianinha e a elevada presença de pessoas com nanismo. Pesquisadores continuam investigando quais mutações estão envolvidas, como elas surgiram na população local e de que forma se espalharam. Outro foco de interesse é a resposta de moradores com nanismo a tratamentos hormonais, avaliando ganhos em altura, qualidade de vida e possíveis efeitos adversos.

Em paralelo, estudos na área de ciências sociais observam como a fama de "capital dos anões" impacta a identidade da cidade, a autoestima dos moradores e a forma como visitantes enxergam o município. O caso de Itabaianinha segue servindo como referência para compreender melhor a interação entre genética, história familiar e contexto social na formação de características específicas em comunidades, ajudando também a aprimorar o atendimento médico e o debate sobre inclusão de pessoas com baixa estatura em todo o país.

Giro 10
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