"A Viagem", uma aventura entre o teatro e o circo para Susan Sarandon
A atriz americana Susan Sarandon, que intepresta quatro personagens em "A Viagem" ("Cloud Atlas"), um ambicioso filme dos irmãos Wachowski adaptado de um romance de David Mitchell, fala do longa-metragem como uma experiência alegre entre o teatro e o circo
LOS ANGELES, 24 Out 2012 (AFP) -A atriz americana Susan Sarandon, que intepresta quatro personagens em "A Viagem" ("Cloud Atlas"), um ambicioso filme dos irmãos Wachowski adaptado de um romance de David Mitchell, fala do longa-metragem como uma experiência alegre entre o teatro e o circo.O filme, de quase três horas e que estreia na sexta-feira nos Estados Unidos e em 25 de dezembro no Brasil, é uma obra de três cineastas: os americanos Andy e Lana Wachowski (diretores de "Matrix") e o alemão Tom Tykwer, de "Corra, Lola, corra" (1998).Adaptada do livro de mesmo nome do britânico David Mitchell, "Cloud Atlas" passa por seis épocas, do ano 1800 a 2300, para retratar uma humanidade que se alterna entre o medíocre e o heróico, o alienado e o revolucionário."A estrutura do filme é diferente (do livro), mas a essência é a mesma", disse à AFP Susan Sarandon, que ganhou o livro dos Wachowski durante as filmanges de "Speed Racer" (2008)."O livro me pareceu extraordinário, mas não sabia que eles pensavam em fazer um filme sobre ele. Um dia me ligaram e perguntaram se eu não iria a Berlim para fazer o filme", contou."''Enviaremos o roteiro''", disseram, segundo a atriz."Eu respondi que sim, porque eles são brilhantes e divertidos e eu os adoro, mas não sabia como conseguiriam fazer um filme com base neste livro. Mas este era um problema deles, eu estava pronta para a aventura e embarquei", afirmou a vencedora do Oscar por "Os Últimos Passos de um Homem" (1995).O filme, que também tem no elenco Tom Hanks, Halle Berry, Hugh Grant, Jim Sturgess e Jim Broadbent, tem a particularidade de mostrar os atores em diferentes papéis - de homens ou mulheres -, em épocas distintas."É realmente uma ideia genial dos diretores, porque dá a ideia de que o ser humano não depende da cor, gênero, época em que vive, nem nenhuma outra coisa, e sim que há uma essência em cada indivíduo", explicou a atriz de 66 anos.Assim, por mais diferente que sejam, o que une as quatro personagens que Sarandon interpreta, na opinião da atriz, "é que são todas mais avançadas e espirituais que a maioria de seus contemporâneos".Uma das surpresas no set foi o ambiente alegre que predominava, apesar da complexidade da produção."Era como uma grande companhia teatral. Havia uma dose certa de alegria, o que faz com que você esqueça os temores. Era como em um circo e este espírito era contagiante".Susan Sarandon admite que não tinha ideia do resultado final do filme, mas confiava cegamente nos diretores."Sabe, algumas pessoas são paranoicas. Mas também existe a ''pronoia'', quando você considera que o universo conspira a seu favor e não contra", afirmou."Não sei se esta palavra existe realmente, mas acredito na ''pronoia'' e penso que, quanto mais você acredita, melhor funciona".A postura e a modéstia da atriz impressionam a todos."Há duas coisas que me agradam no trabalho de ator. A primeira é a colaboração. A maioria das formas de arte são pensadas de forma solitária. Mas isto não é possível no cinema e no teatro"."A segunda é o sentimento de que jamais chegará a fazer as coisas bem. Quando observa o resultado, você sempre pergunta se foi suficientmente corajoso ou se havia outra forma de fazê-lo. Quer ser claro e intenso e sempre afirma: ''Da próxima vez, eu farei melhor''".rr/fp/cn