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A experiência da CCXP Worlds pelo olhar de uma fã

Evento virtual valeu para não deixar a data passar em branco, mas frustra em vários aspectos

7 dez 2020 - 14h16
(atualizado em 14/12/2020 às 10h27)
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Em um ano no qual a pandemia de covid-19 paralisou praticamente todos os eventos geeks, o anúncio da CCXP Worlds totalmente virtual parecia uma luz no fim deste ano-quarentena. Principalmente depois do hype que o DC FanDome colocou nos fãs, em que a Warner provou ser possível realizar um festival 100% online – grátis – com conteúdo. 

No caso da CCXP, com as opções de ingressos pagos, não pensei duas vezes. Como faço praticamente todos os anos, comprei o meu e, claro, criei altas expectativas. Afinal, as expectativas crescem quando mexe no bolso.

Escolhi o home experience, com direito a um kit, entrega da credencial – para mim, um dos melhores suvenires da CCXP – e com alguns recursos para a navegação no site (VOD para ver os painéis depois e acesso aos workshops). Ainda aguardo o meu kit e minha credencial. 

Mas esse atraso no envio de fato não é o motivo para a minha “experience” ter sido mediana.

Entre as falhas de transmissão no primeiro dia, dos problemas técnicos na principal arena, a Thunder, onde acompanhava a entrevista do homenageado do evento, Neil Gaiman, alguns pontos contribuíram para que a soma dos três dias não tivesse o saldo esperado. 

Print do momento em que não era possível acessar a Thunder Arena durante a entrevista de Neil Gaiman.
Print do momento em que não era possível acessar a Thunder Arena durante a entrevista de Neil Gaiman.
Foto: Reprodução/CCXP Worlds

Uma das minhas maiores frustrações foi acompanhar os painéis internacionais gravados (e com legendas atrasadas). Claro, entendo que existe aí uma questão de fuso horário, mas, a marca da CCXP sempre foi trazer os ídolos e celebridades da cultura pop para perto de seus fãs. Podemos culpar a pandemia também? Sim. Mas faltou criatividade na hora de transformar as “calls” eternas em um conteúdo realmente interativo.

No geral, os anúncios foram fracos, perto das novidades que estamos acostumados a ver no São Paulo Expo, o pavilhão de exibições na Zona Sul da capital. Isso porque a indústria de entretenimento não teve um grande ano. A única surpresa que tivemos foi o anúncio de “Pânico 5” no megapainel da Paramount. 

Mas nem tudo foi decepção...

Me chamou muito a atenção os painéis “brazucas” (com selo Gshow). Os bastidores de “Medida Provisória”, filme dirigido por Lázaro Ramos, trouxe uma conversa (com Thaís Araújo e Seu Jorge) pautada no “afrocentrismo” que prendeu a atenção do começo ao fim. Além disso, o debate sobre vilanismo entre Mariana Ximenes, Alexandre Nero e Cláudia Raia foi “puro suco” de televisão brasileira e um dos mais divertidos do dia 1. 

Outro ponto a ser louvado aqui foram as masterclass que acompanhei. Me encantei principalmente com as da arena Creators & Cosplay. Por exemplo, Marcelo Guerra, artista da Iron Studios, ensinando todo o processo de criação para uma figura (o famoso boneco) de Mumm-Ra, dos Thundercats. 

Painel 'Medida Provisória', mediado por Manoel Soares, com a presença de Lázaro Ramos, Seu Jorge e Taís Araújo na CCXP 2020
Painel 'Medida Provisória', mediado por Manoel Soares, com a presença de Lázaro Ramos, Seu Jorge e Taís Araújo na CCXP 2020
Foto: Reprodução

Algumas revelações em entrevistas criaram, pelo menos, um pouquinho de todo aquele vínculo emocional que sinto quando acompanho os palcos presencialmente. Casos de Emil Ferris, que contou detalhes de como superou a paralisia na mão e até fome durante a criação de “Minha Coisa Favorita é Monstro” e quando Zendaya, junto com o criador de “Euphoria”, Sam Levinson, revelaram as oito horas de sofrimento em uma das cenas mais icônicas da série.

Por fim...

É claro que a CCXP não poderia passar em branco neste ano tão complicado. Valeu ter uma pitada a mais de entretenimento nesses últimos três dias, mas, em 2021, espero estar de volta às longas filas, com muita aglomeração e pipoca a preços altíssimos. Só assim mesmo para viver a real experiência do que é a Comic Con.

Fonte: Redação Terra
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