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Três das estrelas mais velhas do cosmos estão em nossa galáxia

Com 13 bilhões de anos, algumas das estrelas mais antigas do universo estão em nosso próprio "quintal"

22 mai 2024 - 22h00
(atualizado em 23/5/2024 às 00h57)
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Pesquisadores do MIT, incluindo a brasileira Ananda Santos Figueiredo, descobriram três das estrelas mais antigas do universo — e elas estão em nossa própria galáxia. Elas se formaram aproximadamente há 13 bilhões de anos, quando as primeiras galáxias estavam se formando, e chegaram por aqui quando a Via Láctea devorou suas "casas".

As estrelas recém-descobertas estão localizadas no halo da Via Láctea e orbitam o centro galáctico na direção oposta ao restante das estrelas. Em outras palavras, elas estão em movimento retrógrado, sugerindo que pertenciam a outra galáxia.

O halo galáctico é uma espécie de "nuvem" formada por estrelas relativamente afastadas entre si e com pouca densidade de gás e poeira. As três estrelas antigas estão nessa região, mas há outros exemplares que também parecem ter vindo de outras galáxias.

Anna Frebel, professora de física do MIT e uma das autoras do estudo, disse que "essas estrelas mais antigas deveriam definitivamente estar lá, dado o que sabemos sobre a formação de galáxias. Elas fazem parte da nossa árvore genealógica cósmica. E agora temos uma nova maneira de encontrá-los".

Foto: NASA / Canaltech

Batizadas de "SASS" (Small Accreted Stellar System, ou Sistema Estelar Pequeno Agregado, em tradução livre), cada uma dessas três estrelas pertencia às suas próprias galáxias pequena e primitivas, muito semelhantes às chamadas anãs ultra fracas (UFDs).

Hoje, muitos bilhões de anos após a fusão com nossa galáxia, essas estrelas são tudo o que restou de suas respectivas anãs ultra fracas. Todas as outras estrelas que tiveram as mesmas origens foram incorporadas de modo que não é mais possível distingui-las das demais estrelas da Via Láctea.

Além disso, ao encontrar este trio, a equipe procurou em estudos anteriores outros objetos com as mesmas características e encontraram 61 delas circundando os arredores da galáxia. Todas são pobres em metais (elementos mais pesados que hidrogênio e hélio), um forte indicativo de que são realmente muito antigas.

Especificamente, os autores apontam a falta de elementos como estrôncio e bário, chegando à conclusão de que são estrelas "dos primeiros pequenos sistemas galácticos que foram agregados pela proto-Via Láctea". A equipe se refere à época em que a Via Láctea ainda era uma proto-galáxia, ou seja, uma galáxia em seus estágios iniciais de formação.

Uma das grandes vantagens das SASS é que são muito mais brilhantes do que as estrelas típicas de galáxias ultra fracas, permitindo uma observação mais detalhada. Assim, a equipe descobriu que essas primeiras UFDs absorvidas pela Via Láctea provavelmente foram enriquecidas com alguns elementos mais pesados por explosões de supernovas.

A descoberta, feita com a ajuda do satélite Gaia, pode ser valiosa não apenas para uma compreensão mais ampla da história da nossa galáxia e sua evolução química, mas também para estudos de galáxias UFDs em geral.

O artigo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: MITMonthly Notices of the Royal Astronomical Society

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