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Poluição do ar afeta acasalamento das moscas; por que isso é sério?

Pesquisa descobriu que altos níveis de ozônio destroem sinal químico de acasalamento dos insetos — contribuindo para redução das populações

15 mar 2023 - 16h07
(atualizado às 17h13)
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Cientistas sentiram que as moscas 'não conseguiam distinguir' entre fêmeas e machos
Cientistas sentiram que as moscas 'não conseguiam distinguir' entre fêmeas e machos
Foto: Ecologia Química / Benjamin Fabian

Uma equipe de pesquisa do Instituto Max Planck de Ecologia Química em Jena, na Alemanha, descobriu que o aumento dos níveis de ozônio resultante da poluição do ar pode degradar os feromônios sexuais de insetos impedindo uma reprodução bem-sucedida. Os resultados da pesquisa foram publicados na terça-feira (14), na revista Nature Communications. 

A comunicação sexual dos insetos como moscas, por exemplo, depende significativamente de feromônios, atrativos químicos que permitem que machos e fêmeas de uma espécie acasalem. Os feromônios sexuais são distintos para cada sexo da espécie.

Poluição do ar prejudica insetos

Nos experimentos, moscas machos receberam a concentrações de ozônio ligeiramente elevadas. Os cientistas então mediram se as insetos ainda emitiam seu feromônio. 

Quando as moscas foram expostas a 100 ppb (partes por bilhão, correspondendo a uma concentração de 10 -9) de ozônio da poluição por duas horas, os níveis de químicos medidos diminuíram significativamente em comparação com um grupo de controle que havia tido contato apenas com o ar ambiente.

Os pesquisadores descobriram que mosquitos expostos ao ozônio da poluição tiveram um  “comportamento de cortejo incomum” com machos mais atraídos por seus homólogos machos e aparentemente incapazes de distinguir entre os sexos. 

Foram usados machos do gênero Drosophila melanogaster e moscas machos de oito espécies relacionadas do gênero Drosophila.

Em apenas uma espécie, Drosophila busckii, a liberação de feromônios masculinos específicos permaneceu inalterada após a exposição ao ozônio, mas esses compostos também não contêm ligações duplas carbono-carbono e, portanto, não reagem tão facilmente com o ozônio.

O ozônio corrompe drasticamente o comportamento de acasalamento das moscas
O ozônio corrompe drasticamente o comportamento de acasalamento das moscas
Foto: Freepik

Preocupação global

Os resultados chegam em um momento crucial em que a redução das populações de insetos é  uma preocupação global, já que as moscas ajudam em cerca de 80% da polinização das plantações do mundo. 

De acordo com os pesquisadores, é improvável que os sistemas de comunicação dos insetos, que evoluíram ao longo da evolução, sejam capazes de se adaptar a novas condições em um curto período de tempo se os feromônios de repente não estiverem mais presentes. 

"A única solução para este dilema é reduzir imediatamente os poluentes na atmosfera", escreveram.

Fonte: Redação Byte
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