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Nvidia é a primeira empresa a valer US$ 4 trilhões na história; entenda

Alta demanda por chips de inteligência artificial impulsionou o domínio da companhia no mercado

9 jul 2025 - 11h27
(atualizado às 21h16)
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A Nvidia se tornou nesta quarta, 9, a primeira empresa da história a superar o valor de US$ 4 trilhões. O sucesso da companhia é impulsionado pela alta demanda de chips de inteligência artificial (IA), que cresceu após o lançamento do ChatGPT, da OpenAI, quando a tecnologia se tornou prioridade para gigantes da tecnologia.

A companhia superou brevemente o valor de US$ 4 trilhões durante a manhã, quando o valor de sua ação superou a marca de US$ 163,93 — na sequência, o valor recuou e fechou em US$ 162,88, o que avalia a companhia em US$ 3,97 trilhões.

Para efeito de comparação, US$ 4 trilhões, ao câmbio desta quarta-feira, são cerca de R$ 22 trilhões, ou quase o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024, de R$ 11,7 trilhões, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os últimos meses foram intensos para a companhia fundada pelo CEO Jensen Huang. Apenas no último trimestre, a empresa teve um crescimento de receita de 69% em relação ao período anterior. No balanço financeiro divulgado em fevereiro deste ano, no encerramento do ano fiscal da companhia, a Nvidia informou que o crescimento relativo à 2024 foi de 112%.

No entanto, a gigante viveu incertezas com o tarifaço imposto por Donald Trump em abril deste ano. As altas taxas para o comércio internacional aumentaram o temor de executivos e investidores de que as fontes de receita pudessem encolher. A insatisfação chegou aos ouvidos do presidente americano, que recuou e isentou computadores, smartphones e semicondutores, como as GPUs. Os chips especializados em IA que são a menina dos olhos da da Nvidia, que fabrica a maioria dos componentes em Taiwan. Isso destravou o potencial e o valor da empresa.

"Há uma empresa no mundo que é a base da revolução da IA, que é a Nvidia, com o padrinho da IA, Jensen, tendo a melhor posição e perspectiva para discutir a demanda geral de IA das empresas e o apetite pelos chips de IA da Nvidia no futuro", apontou o consultor da Wedbush Securities Dan Ives.

De acordo com registros corporativos e pesquisas da Dealroom, a empresa comandada por Huang gastou US$ 1 bilhão em 50 rodadas de financiamento em startups e outros negócios corporativos em 2024. Esse valor foi destinado a "entidades não filiadas" entre janeiro e setembro, e incluem tanto seus braços de investimento de risco quanto os mais seguros. O montante representa aumento em relação a 2023, que teve 39 rodadas e US$ 872 milhões aplicados.

"Embora os primeiros passos nas implantações de IA estejam em torno dos chips da Nvidia e dos gigantes da nuvem, estimamos que, para cada US$ 1 gasto na Nvidia, há um multiplicador de US$ 8 a US$ 10 no restante do ecossistema tecnológico", afirmou Ives.

Como a Nvidia ganha dinheiro

Fundada há mais de 30 anos, a companhia do CEO Jensen Huang antecipou em algumas décadas o boom atual da tecnologia - quase sem querer. Criada em 1993, a Nvidia passou a desenvolver em 1999 chips de processamento de vídeo (ou GPUs) para computadores e videogames. Essa tecnologia tornou-se essencial para processar vídeos pesados na indústria de games (abastecendo consoles como Xbox e PlayStation) e indispensável em supercomputadores — que podem ser usados em sistemas de nuvem ou de mineração de criptomoedas, duas áreas em que a Nvidia tornou-se a favorita há anos.

Para qualquer inteligência artificial funcionar, é necessária uma quantia enorme de dados. Estes, por sua vez, exigem uma infraestrutura de computadores de ponta para processar informações. É aí que entram as GPUs: criados para acelerar o processamento gráfico de forma paralela às CPUs (unidades de processamento central, que executam tarefas sequencialmente e com mais consumo de energia), esses chips evoluíram para abastecer as máquinas por onde rodam as redes neurais que turbinam a IA.

Esse processo ocorreu ao longo dos anos, quando especialistas passaram a otimizar as GPUs para algoritmos de IA. Estima-se que são necessárias apenas duas GPUs para realizar o mesmo trabalho em IA de mais de 10 mil CPUs.

Hoje, a Nvidia é líder global em chips gráficos - domina 70% do mercado, segundo a empresa de pesquisas Omdia, deixando para trás rivais como Amazon, Google, Intel, AMD e Qualcomm. A procura cresceu tanto nos últimos anos, em especial em 2023, que startups e outras empresas de tecnologia que querem entrar na corrida da inteligência artificial esperam 18 meses para receber os sistemas da Nvidia, sem optar pela infraestrutura de computação de outras empresas, segundo empresários consultados pelo jornal New York Times. Isso é algo raro em um setor que tem tanta pressa em inovar.

"Se fosse uma empresa de semicondutores comum, o valor das ações da Nvidia seria US$ 58 e não US$ 158?, afirmou na terça, 8, Jim Cramer, apresentador americano especializado em fundos de investimento.

Estadão
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