"Nosso desafio não é técnico, é cultural": Brasil é destaque global no uso do Copilot, mas ainda precisa vencer a barreira da delegação à IA
Julio Viana, executivo do GitHub, diz que o país está entre os mais avançados do mundo na adoção de IA no desenvolvimento de software O desafio agora não é técnico, mas sim aprender a trabalhar com agentes autônomos
Durante o GitHub Universe 2025, em São Francisco, nos EUA, o Brasil foi repetidamente citado como um dos países mais dinâmicos do mundo na adoção de inteligência artificial entre desenvolvedores. Para Julio Viana, executivo do GitHub, esse protagonismo não é coincidência: "O desenvolvedor brasileiro é um dos mais engajados do planeta. Ele abraça novas tecnologias com curiosidade e coragem", disse em entrevista ao Xataka Brasil.
Segundo Julio, o país possui uma das maiores comunidades globais de código aberto e já incorporou o Copilot no dia a dia das equipes de engenharia. "A IA já foi adotada, já foi assumida de fato. Todo mundo entendeu que é um caminho sem volta".
O Copilot mudou profundamente o modo como times criam software. Tarefas repetitivas e blocos de código complexos agora são resolvidos em minutos, com a IA atuando como um "programador em par". Esse modelo de colaboração elevou a produtividade e permitiu que desenvolvedores focassem em criatividade e arquitetura — e não apenas em digitar linhas de código.
Mas o avanço não para por aí. O GitHub enxerga uma nova fronteira se abrindo: a dos agentes autônomos, sistemas capazes de assumir etapas inteiras dentro de um pipeline de desenvolvimento. E é justamente aí que o Brasil ainda tem algo a aprender.
O desafio cultural que o Brasil enfrenta
Julio explica que, embora o país esteja na dianteira do uso do Copilot, ainda há um pequeno atraso de seis a 12 meses em relação aos Estados Unidos e a países da Europa na adoção ...
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