Oi tem lucro líquido de R$ 262 milhões no 1° trimestre
A Oi divulgou resultados operacionais sólidos no primeiro trimestre, com avanço na receita e na geração de caixa operacional, ajudados por um forte desempenho em telefonia móvel e em serviços fixos residenciais, mas o nível de endividamento superou levemente o patamar máximo estipulado para autorização de pagamento de dividendos.
A operadora de telecomunicações enfrentou o receio de investidores nesse começo do ano sobre sua capacidade de cumprir metas estabelecidas para os próximos anos, após a saída de Francisco Valim do comando, em janeiro.
Uma delas diz respeito à política de remuneração de acionistas, no total de 8 bilhões de reais até 2015, que só seria implementada mediante um nível de endividamento máximo de 3 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
No primeiro trimestre, contudo, a dívida líquida do grupo disparou 63,3%, para R$ 27,5 bilhões, levando esse índice de alavancagem para 3,05 vezes. "Esse aumento (na dívida líquida), já esperado pela companhia, se deve principalmente a desembolsos com capex, dividendos, além dos juros da dívida no período", disse a empresa em seu relatório de resultados.
Apesar de extrapolar o limite máximo de alavancagem para pagamento de dividendos, a Oi disse estar "comprometida" na manutenção da atual política de remuneração a acionistas, já que espera que a venda de ativos não-estratégicos nos próximos trimestres leve a alavancagem de volta para um nível abaixo de 3 vezes "no curto prazo", segundo o relatório.
A companhia encerrou o trimestre com um saldo de caixa de R$ 6,058 bilhões ante R$ 16,012 bilhões ao final dos três primeiros meses do ano passado.
No âmbito operacional, o segmento móvel impulsionou os negócios, puxado principalmente por seu foco em celulares pós-pagos, que ajudaram a compensar uma queda de 3,8% na receita média por usuário (Arpu, na sigla em inglês), um indicador de rentabilidade, que encerrou o trimestre a R$ 20,5, afetado por uma redução na receita com interconexão da rede móvel.
O segmento pós-pago disparou 19,6% no primeiro trimestre na comparação anual, para 6,66 milhões de linhas, ajudando a receita líquida móvel a crescer 10% no período, para R$ 2,3 bilhões.
Com isso, a receita líquida total de janeiro a março subiu 3,5%, para R$ 7 bilhões, auxiliada também por um avanço de 5,2% na receita do segmento residencial, cujo Arpu cresceu 9% no trimestre.
A geração de caixa operacional, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), avançou 6,6%, para R$ 2,15 bilhões. A margem no período passou de 29,7% para 30,5%.
Os investimentos da Oi totalizaram R$ 1,7 bilhão de janeiro a março, alta de 55% ano a ano, principalmente por conta da expansão das redes 3G e 4G e para aumento da capacidade e alcance da rede fixa.
O lucro líquido da Oi totalizou R$ 262 milhões no primeiro trimestre, ante R$ 444 milhões apurados um ano antes. Segundo a empresa, por conta da reestruturação societária aprovada em fevereiro de 2012, esses números não têm uma base de comparação precisa, considerando que referem-se a um mês de resultados da nova holding Oi S.A. e A dois meses da antiga Brasil Telecom.