Mundo caminha para excedente de petróleo: EUA respondem preenchendo novamente o Golfo do México com plataformas
Trump aposta novamente no Golfo e busca perfurar até mesmo contra a Califórnia: batalha política está em curso; Robôs subaquáticos, cabines pressurizadas e poços a 3 mil metros: o novo boom tecnológico do setor offshore americano.
O horizonte do Golfo do México foi novamente povoado por luzes, guindastes e estruturas metálicas que se elevam sobre o mar como se fossem cidades flutuantes. À primeira vista, pode parecer um retorno ao passado, a uma época em que a perfuração offshore dominava o petróleo americano, mas o contexto é completamente diferente. Num momento em que os mercados antecipam uma superoferta de petróleo bruto para 2026 "quase caricatural", o Golfo do México está vivenciando um renascimento inesperado.
Segundo o Financial Times, empresas como BP, Chevron, Talos Energy e Beacon Offshore reativaram projetos que exigem investimentos de bilhões de dólares e que perfuram a mais de 3 mil metros de profundidade.
O sinal mais claro veio da BP. De acordo com a Reuters, a petrolífera britânica aprovou um projeto de US$ 5 bilhões — Tiber-Guadalupe — que prevê uma plataforma capaz de produzir 80 mil barris por dia a partir de 2030. Será o seu segundo projeto na região preparado para operar a 20 mil psi, um salto tecnológico que abre jazidas antes consideradas inacessíveis.
A Chevron e a Beacon Offshore também iniciaram a produção em campos ultraprofundos utilizando esses novos sistemas. A produção no Golfo do México deverá subir para 1,89 milhão de barris por dia em 2025 e atingir 1,96 milhão em 2026, segundo cálculos citados pela Reuters. Esses números contrastam com o arrefecimento da produção de xisto: as formações terrestres — especialmente na Bacia Permiana — apresentam crescimento mais lento e ...
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