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Lixo espacial da SpaceX pode criar novos buracos na camada de ozônio

Com o acúmulo de detritos na órbita terrestre, a física Sierra Solter acredita que o campo magnético do planeta corre perigo

17 abr 2024 - 17h00
(atualizado em 22/4/2024 às 16h52)
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Foguete SpaceX Falcon 9 transportando a espaçonave Dragon é lançado na missão SpaceX Crew-8 da Nasa para a Estação Espacial Internacional
Foguete SpaceX Falcon 9 transportando a espaçonave Dragon é lançado na missão SpaceX Crew-8 da Nasa para a Estação Espacial Internacional
Foto: NASA/Aubrey Gemignani

Lixo espacial, como satélites inativos e outros detritos, queima ao cair da órbita da Terra e, na prática, seria positivo “limpá-los" para manter a órbita descongestionada. Isso porque acidentes podem acontecer, como quando um pedaço de satélite caiu em um carro na cidade de Santos, em São Paulo.

No entanto, descobriu-se em uma análise preliminar que a destruição desses objetos em órbita pode causar danos sérios ao campo magnético do planeta. A afirmação foi feita ]pela física e ex-cientista de pesquisa da Força Aérea dos EUA, Sierra Solter, que publicou um artigo ainda não revisado por pares.

A SpaceX, do bilionário Elon Musk, é um dos empreendimentos que lança milhares de satélites todos anos. Em breve, outras companhias privadas do setor espacial vão começar a seguir o exemplo, conforme o interesse no turismo espacial continua a crescer.

A edição de 2022 do The Global Risks Report, feita pelo World Economic Forum, mostrou que aproximadamente 70 mil satélites seriam lançados na próxima década. A pesquisa pontua que uma vez em órbita, e a menos que sejam desativados ativamente, muitos deles podem permanecer no espaço por centenas de anos. 

“Satélites menores e de baixo custo também estão se proliferando devido aos custos mais baixos e menos barreiras de entrada. Embora o risco ainda seja relativamente baixo, um aumento no número de satélites também aumenta a oportunidade de colisões, ou, no mínimo, a necessidade de realizar manobras de emergência para evitar contato”, diz o relatório.

O que é lixo espacial e por que ele é tão perigoso? O que é lixo espacial e por que ele é tão perigoso?

Solter argumenta que deixar satélites "aposentados" queimando na atmosfera da Terra pode ter efeitos desastrosos, causando impacto no plasma que forma uma camada protetora ao redor dela, e assim, protegendo a humanidade da radiação.

"Depois de estudar o problema por mais de um ano, não tenho dúvidas de que a imensa quantidade dessa poluição vai perturbar nosso delicado ambiente de plasma de uma forma ou de outra”, escreveu Solter. Ela ressalta que os investimentos nos empreendimentos comerciais no espaço podem impedir que a crise em potencial seja batida.

Na outra ponta, representantes das empresas afirmam que os satélites queimando durante a reentrada na atmosfera da Terra é um processo inofensivo. Ainda assim, Solter acredita que isso libera grandes quantidades de cinzas metálicas diretamente na ionosfera.

Tais cinzas, como partículas de alumínio, podem danificar e até mesmo criar novos buracos na camada de ozônio da atmosfera.

"Se todos esses materiais condutores se acumularem em uma enorme camada de lixo, eles poderiam prender ou desviar todo ou partes de nosso campo magnético”, disse a cientista em seu artigo de opinião. "A Terra é um ímã esférico que estamos cercando com lixo metálico em movimento rápido."

"Pessoas como Elon Musk e Jeff Bezos repetidamente afirmam que o espaço é a chave para a longevidade humana. Mas e se for o oposto? E se a indústria espacial for o meio para o fim de nosso pontinho azul pálido?", afirmou.

Ela conclui com o pensamento que a internet via satélite deve ser reconsiderada até que estudos mais profundos sobre esse tipo de poluição sejam feitos.

Fonte: Redação Byte
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