Facebook testa concorrente do PayPal para compras online

O Facebook começa a testar, no mês que vem, um sistema de pagamentos semelhante ao PayPal, mas que não exige que o usuário digite as informações do cartão de crédito em sites de terceiros. Segundo o AllThingsD, a maior rede social do mundo permitiria que usuário que já cadastraram um cartão de crédito na página de Mark Zuckerberg usem o mesmo login para fazer compras em aplicativos parceiros.

O primeiro parceiro seria o JackThreads, site de compras para jovens que tem uma boa relação com o Facebook e grande parte de sua receita proveniente de compras feitas através de dispositivos móveis. A empresa estaria de olho em uma fatia particular de usuários da rede social, os gamers, que já informaram as informações de cartão de crédito a Menlo Park para compras de jogos e acessórios para esses.

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A intenção do Facebook seria encontrar uma forma de facilitar as compras em smartphones e tablets, avalia o site especializado americano, uma vez que digitar as informações de pagamento nas telas menores, e em geral em locais públicos, pode representar um problema aos consumidores. Se chegar ao público em grande escala, a iniciativa de Zuckerberg concorreria com sistemas como PayPal, Google e Amazon, além de startups como Braintree, Stripe e Klarna.

Para a rede social, a iniciativa também oferece uma visão sobre os hábitos de consumo dos usuários, um dado que poderia ser relevante para a venda de anúncios no Facebook.

Mas, por enquanto, o Facebook está focado em facilitar a finalização da compra, mais do que em se tornar um player no ramo de processamento de pagamentos - que é o segmento do PayPal. A iniciativa, por enquanto, permite que os parceiros da rede social ainda escolham os sistemas de pagamento que lhes convier.

"Soa como um competidor direto do PayPal", resumiu o analista de varejo Sucharita Mulpuru, da Forrester Research, ao AllThingsD. "Temos uma ótima relação com o Facebook e esperamos que isso continue. Nossos clientes adoram usar o PayPal no Facebook", afirmou um porta-voz do PayPal em nota ao site americano.

"Investimos em pagamentos mobile desde 2006, e no último ano 10% do nosso volume total de pagamentos - US$ 14 bilhões - veio de dispositivos móveis. Ainda assim, sempre damos boas vindas a competidores e estamos ansiosos para ver o que o Facebook vai anunciar", conclui a nota da companhia de pagamentos à distância.

Usuários podem fazer compras usando um cartão de crédito ou uma conta do PayPal, mas mesmo nesse segundo caso o Facebook exige que a pessoa digite os números do cartão. As perspectivas para o Facebook são promissoras, avalia o AllThingsD, mas não se sabe ao certo quantos cartões de crédito estão cadastrados com a rede social.

"Ninguém confia a uma rede social suas informações financeiras, e certamente ninguém vai confiá-las ao Facebook", avalia Sucharita, que não acredita que a base de dados do Facebook chegue à marca de 10 milhões de cartões - menos de 0,1% dos usuários da rede. Para a analista, seria mais produtivo que o Facebook tentasse congregar pequenos negócios que hoje usam plataformas menos eficientes, como o e-mail.

"O PayPal funciona bem porque eles têm mais de 100 milhões de contas de pessoas reais que confiaram a ele suas informações. Chegar atrasado no jogo em algo tão complexo quanto pagamentos... seria melhor se (o Facebook) comprasse o Square", opina Sucharita.

Segundo o site especializado americano, a receita do Facebook com pagamentos e outras taxas somou US$ 214 milhões no segundo trimestre deste ano, uma pequena fração do que gera o negócio de anúncios da companhia.