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Internet

Brasileiros usam internet para saber sobre parentes no Haiti

14 jan 2010 - 13h59
(atualizado às 15h07)
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O terremoto que atingiu Porto Príncipe, capital do Haiti, provocou intensa mobilização em páginas na internet como a rede de relacionamentos Orkut e o site de microblogs Twitter. Parentes e amigos de brasileiros que integram a missão de paz no país usam a rede mundial de computadores para encontrar informações e expressar alívio ou pesar pelas notícias.

Homem segura criança enquanto aguarda atendimento em um posto médico de Porto Príncipe
Homem segura criança enquanto aguarda atendimento em um posto médico de Porto Príncipe
Foto: AP

Fabiola Gomes, casada com o sargento Dagoberto Godoy que está no Haiti, só conseguiu notícias do esposo 12 horas depois do terremoto. Após a tragédia, mesmo sabendo que está tudo bem com o marido, Fabiola passa o dia na internet em busca de notícias. "Fico conectada o dia inteiro tentando saber notícias. Mesmo depois de ter recebido um telefonema dele eu não consigo ficar calma, porque sei que novos tremores aconteceram. Só vou ficar tranquila quando ele estiver ao meu lado", disse Fabiola que mora no Rio de Janeiro e espera com os dois filhos, um garoto de 8 anos e um bebê de 4 meses, o retorno do marido.

Em julho, quando o esposo partiu para a Missão no Haiti, Fabiola estava grávida de 6 meses. O sargento só viu o bebê durante dez dias em uma rápida visita ao Brasil. No dia do terremoto, o oficial estava com as malas prontas para voltar ao Brasil na próxima semana. "Ele estava com tudo pronto e fazendo a contagem regressiva para vir embora. Mas agora não temos nem previsão de retorno", lamentou.

A agonia de Rosa Godoy, que mora em São Paulo durou seis horas. Ela ficou sabendo do terremoto pela TV e correu para a internet para saber notícias do filho, o soldado Luiz Gustavo de Godoy, de 21 anos. "Quando vi na televisão eu entrei no Orkut, onde participo de uma comunidade da Missão no Haiti e comecei a procurar informações. Por volta de 1h da manhã de quarta-feira ele conseguiu me ligar e disse que estava bem", contou.

Rosa diz que o filho ficou 6 meses na missão com muita tranquilidade, sem grandes ocorrências, nem furacões, como costuma ocorrer lá. "Estava previsto que aconteceriam três furacões, mas não aconteceu." Em sites como o Twitter, o terremoto no Haiti está entre os assuntos mais comentados. Internautas do mundo inteiro trocam informações e repassam contas, telefones e notícias para quem quer ajudar as vítimas daquele país.

A Cruz Vermelha também criou um site para reunir informações e ajudar familiares a encontrarem pessoas desaparecidas no terremoto no Haiti. O endereço eletrônico é: www.icrc.org/familylinks.

Terremoto

Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros

A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e comandantes do Exército chegaram na noite de quarta-feira à base brasileira no país para liderar os trabalhos do contingente militar brasileiro no Haiti. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o país. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti

O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.

Agência Brasil Agência Brasil
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