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Hubble detecta vapor d'água em atmosfera de planeta na Via Láctea

Telescópio Hubble observou o menor planeta fora do Sistema Solar, com duas vezes o diâmetro da Terra, que contém água em sua atmosfera

26 jan 2024 - 11h49
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Representação artística do GJ 9827d
Representação artística do GJ 9827d
Foto: Nasa

O telescópio Hubble captou dados do menor planeta fora de nosso sistema solar que contém vapor de água em sua atmosfera, anunciaram a Nasa e a ESA na quinta-feira (25).

GJ 9827d tem aproximadamente o dobro do diâmetro do planeta Terra e temperaturas que rondam os 425ºC. Um artigo descrevendo mais de suas características, ainda não revisado por pares, foi publicado.

“Esta seria a primeira vez que podemos mostrar diretamente, através de uma deteção atmosférica, que estes planetas com atmosferas ricas em água podem realmente existir em torno de outras estrelas,” disse Björn Benneke, pesquisador da Universidade de Montréal envolvido na descoberta.

De acordo com um comunicado publicado pela ESA, ainda é cedo para dizer se Hubble mediu uma pequena quantidade de vapor de água numa atmosfera rica em hidrogênio ou se a maior parte da atmosfera do planeta é composta por água — deixada para trás após uma atmosfera primitiva de hidrogénio e hélio ter evaporado sob a radiação estelar.

“Em algum momento, à medida que estudamos planetas menores, deve haver uma transição em que não haja mais hidrogênio nesses pequenos mundos e eles tenham atmosferas mais parecidas com Vênus (que é dominada por dióxido de carbono)", completa o cientista.

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Se o planeta tiver uma atmosfera rica em água, ele deve ter se formado mais longe da sua estrela hospedeira, onde a temperatura é fria e a água está disponível na forma de gelo, teorizam os pequisadores. 

Neste cenário, o planeta teria então migrado para mais perto da estrela e recebido mais radiação. Assim, o hidrogênio aquecido escaparai da fraca gravidade do planeta.

Outro cenário possível é que o planeta teria se formado perto da estrela quente, com apenas vestígios de água na sua atmosfera.

“O planeta GJ 9827d poderia ser metade água, metade rocha. E haveria muito vapor de água no topo de algum corpo rochoso menor”, observa Benneke.

GJ 9827d foi descoberto pelo Telescópio Espacial Kepler, da Nasa, em 2017, e completa uma órbita em torno de uma anã vermelha, a GJ 9827, a cada 6,2 dias. A estrela fica a 97 anos-luz da Terra, na constelação de Peixes.

Ao longo de três anos, o Hubble observou o GJ 9827d passando na frente de sua estrela 11 vezes. Nesse processo, a luz da estrela atravessa a atmosfera do planeta, funcionando como um filtro e revelando informações sobre sua composição, o que permitiu ao Hubble detectar elementos como moléculas de água na atmosfera do planeta.

A ESA ressaltou que presença de nuvens em GJ 9827d não impede a detecção de vapor de água, pois elas estão localizadas em uma camada baixa da atmosfera. Assim, o Hubble consegue estudar a parte superior da atmosfera do planeta.

Fonte: Redação Byte
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