PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Google diz que empresa europeia explorou brecha no Windows para plantar spyware

Empresa com base em Barcelona, na Espanha, teria explorado vulnerabilidades no Window, no Chrome e no Firefox

30 nov 2022 - 17h43
(atualizado às 20h01)
Compartilhar
Exibir comentários

A equipe de análise de ameaças do Google, a TAG (Threat Analisys Group), vive monitorando ameaças digitais promovidas por governos contra usuários finais, incluindo empresas que possam estar usando apps espiões para terceiros. E, em uma de suas varreduras, o grupo descobriu que uma empresa com sede na Espanha explorou várias vulnerabilidades de dia zero no Windows e nos navegadores Chrome e Firefox com o objetivo de plantar spywares.

Foto: Msporch/Pixabay / Canaltech

A pesquisa da TAG foi compartilhada com o TechCrunch, e acusa a Variston IT, empresa de Barcelona que afirma oferecer soluções de segurança cibernética sob medida, de usar uma estrutura de exploração que permite a instalação de spyware em dispositivos direcionados.

A descoberta aconteceu quando os pesquisadores do Google receberam um envio anônimo para o programa de relatório de bugs do Chrome. Foi aí que eles tomaram conhecimento de uma estrutura de exploração chamada "Heliconia", que tinha em seu código-fonte pistas sobre a Variston IT como a mais provável desenvolvedora do programa.

Como funcionava a estrutura que visava plantar o spyware

A Heliconia possui três estruturas de exploração separadas: uma que envolve um bug do renderizador do Chrome, que permite que escape da contenção de proteção do aplicativo para executar malware no sistema operacional; outra que implanta um documento PDF malicioso em uma brecha do mecanismo padrão de defesa das máquinas Windows, o Windows Defender; e uma terceira que contém um conjunto de explorações do Firefox para Windows e Linux.

O Google afirmou em seu blog que spywares comerciais com estruturas como a da Heliconia possui recursos que antes estavam disponíveis apenas para os governos. As funcionalidades incluem incluem gravação furtiva de áudio, realização ou redirecionamento de chamadas telefônicas e roubo de dados — como mensagens de texto, registros de chamadas, contatos e informações de localização GPS do dispositivo de um alvo.

O Google observa que o Heliconia funciona bem contra as versões 64 a 68 do Firefox, e sugere que spywares podem ter sido plantados desde dezembro de 2018, quando o Firefox 64 foi lançado. Contudo, o Gigante das Buscas disse não ter visto os bugs sendo explorados ativamente por aí. Tanto o Google quanto a Microsoft e a Mozilla corrigiram já corrigiram essa vulnerabilidades no início de 2021 e 2022.

Em resposta ao TechCrunch, o diretor de TI da Variston, Ralf Wegner, disse que a empresa não estava ciente da pesquisa do Google e não poderia validar suas descobertas, mas "ficaria surpreso se tal item [a Heliconia] fosse encontrado por aí".

"O crescimento da indústria de spyware coloca os usuários em risco e torna a internet menos segura e, embora a tecnologia de vigilância possa ser legal de acordo com as leis nacionais ou internacionais, ela é frequentemente usada de maneira prejudicial para realizar espionagem digital contra vários grupos", destacou o Google. "Esses abusos representam um sério risco à segurança online, e é por isso que o Google e a TAG continuarão a agir contra e a publicar pesquisas sobre a indústria de spyware comercial."

Fonte: TechCrunch

Trending no Canaltech:

Canaltech
Compartilhar
Publicidade
Publicidade