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Estudo liga Facebook a mais depressão e ansiedade em jovens dos EUA

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que a saúde mental de jovens universitários piorou com o uso do Facebook

26 set 2022 - 14h56
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O professor assistente do MIT Sloan (EUA), Alexey Makarin, acompanhou a introdução do uso do Facebook em algumas universidades americanas
O professor assistente do MIT Sloan (EUA), Alexey Makarin, acompanhou a introdução do uso do Facebook em algumas universidades americanas
Foto: Hieu Van / Pixabay

Uma nova pesquisa sugere que o uso do Facebook está relacionado à uma piora na saúde mental das pessoas que usam a rede social. Hoje, apesar de constantes perdas de usuários e de faturamento, a plataforma ainda tem cerca de 2 bilhões de perfis ativos. 

O estudo foi conduzido pelo professor assistente do MIT Sloan (EUA) Alexey Makarin, em parceria com Luca Braghieri, da Universidade Bocconi (Itália), e Ro'ee Levy, da Universidade de Tel Aviv (Israel).

Makarin acompanhou a introdução do uso do Facebook em algumas universidades americanas e os resultados da National College Health Assessment, uma pesquisa semestral de saúde mental e bem-estar ocorrida nas faculdades dos EUA. Esta chegou a obter 430 mil respostas de estudantes.

Quando surgiu no ano de 2004, o acesso do Facebook era restrito a pessoas com um endereço de e-mail da universidade Harvard. Menos de um mês depois, o site havia se expandido para Columbia, Stanford e Yale. A abertura continuou gradualmente até setembro de 2006, quando qualquer pessoa com mais de 13 anos já podia criar uma conta.

Segundo a pesquisa, o acesso ao Facebook levou a um aumento de 7% na depressão grave e de 20% no transtorno de ansiedade em relação ao ano anterior ao seu lançamento.

Os cientistas também observaram que o efeito negativo da rede social sobre a saúde mental é cerca de 20% do que o sentido por pessoas que perdem o emprego. Um maior percentual dos alunos mais suscetíveis também tratou sintomas com psicoterapia ou antidepressivos. 

Acesso ao Facebook nas universidades levou a um aumento de 7% na depressão grave e de 20% no transtorno de ansiedade
Acesso ao Facebook nas universidades levou a um aumento de 7% na depressão grave e de 20% no transtorno de ansiedade
Foto: Thomas Ulrich / Pixabay

Em nota, Makarin afirmou: “Conseguimos usar o fato de o Facebook ter sido lançado em diferentes universidades em momentos diferentes, somado aos dados dessa enorme pesquisa já realizada nas faculdades, para entender o impacto causal da rede social na saúde mental dos alunos”. Em breve, o artigo será publicado na revista American Economic Review.

Comparação com outros é ponto sensível para saúde mental

O que explicaria a piora da saúde mental com a rede seria, sobretudo, a comparação social feita pelos alunos com outros colegas, efeito que parece ficar mais forte à medida que as pessoas se expõem por mais tempo. 

"Os efeitos parecem aumentar com o tempo", diz Makarin. E complementa: "Se, no final do outono de 2004, um calouro em Harvard tinha o Facebook disponível para ele por um semestre e um segundo ano por dois semestres, parece que o efeito é mais forte com o segundo ano, que teve maior exposição".

É preciso cuidado, porém, pois de acordo com os pesquisadores, a saúde mental dos usuários do Facebook é apenas um aspecto que permite medir o efeito mais geral das redes sociais. Outros pontos positivos podem ser alcançados com elas, como a conexão com velhos amigos, contato com grupos que pensam semelhante e bons negócios em produtos. 

Mesmo assim, Makarin acredita que as empresas de redes sociais e os políticos devem trabalhar para aliviar os efeitos potencialmente prejudiciais das redes ao bem-estar emocional, já que em 2021, mais da metade da população mundial – 4,5 bilhões de pessoas – tinham contas em pelo menos alguma plataforma digital. 

Fonte: Redação Byte
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