Energia solar e asas de silicone devem transformar aviação
Aviões do futuro poderão ser movidos a energia solar ou ter asas mais flexíveis que economizam combustível
Pesquisadores desenvolveram uma novo material que permite que as asas de um avião funcionem mais como asas de pássaros, reduzindo o consumo de combustível em 6%. Segundo reportagem do jornal britânico The Guardian, a inspiração veio dos pássaros, porque eles ajustam suas asas às correntes de ar, o que permite que eles gastem a menor quantidade de energia possível.
O projeto, chamado de Saritsu (Smart Intelligent Aircraft Structures, ou estruturas inteligentes de aeronave) foi financiado pela União Europeia, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Fabricação e Materiais Avançados Fraunhofer, da cidade alemã de Bremen, e coordenado pela Airbus.
A tarefa não foi fácil de ser concluída. “É preciso desenvolver um tipo muito particular de material que pode lidar com temperaturas de -55º C em velocidade de cruzeiro, e com esta temperatura, a maioria dos materiais se torna duro. Mas quando o avião pousa, o material precisa ser flexível”, explicou Andreas Lühring, um dos pesquisadores envolvidos no projeto.
A solução encontrada foi uma mistura de materiais sólidos, como o alumínio, com outros macios, como silicone e até a espuma de silicone, uma substância bastante elástica que funciona como uma esponja de banho quando apertada.
A asa protótipo será testada fora do laboratório, e se tudo der certo, qualquer fabricante de aeronaves poderá usar o material. Se cada avião usar asas similares a dos pássaros, poderia haver um corte de 42 milhões de toneladas da emissão global de 705 milhões de toneladas de CO2.
Energia solar
Uma outra inovação do setor é o Solar Impulse, um avião alimentado por energia solar ao invés de petróleo. Segundo o cofundador da novidade, André Borschberg, a aeronave pode voar por semanas e meses sem parar. “A energia que ele coleta durante as horas do dia é suficiente para alimentá-lo durante a noite também”, explicou.
O Solar Impulse tem lugar para um passageiro, pesa o mesmo que um carro mediano, mas tem uma envergadura de 72 metros, o que o torna mais extenso do que um Boeing 747. Em vez de um tanque de combustível, ele tem 17 mil células solares nas asas e alimenta quatro motores elétricos com energia renovável.
