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Cientistas usam ferramentas de IA para ouvir animais, entenda

Para os especialistas, compreender a linguagem dos animais vai muito além da curiosidade humana e pode beneficiar animais de laboratórios

10 jan 2024 - 12h21
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Compreender a comunicação animal vai muito além da curiosidade humana, diz neurocientista
Compreender a comunicação animal vai muito além da curiosidade humana, diz neurocientista
Foto:  GettyImages  / Mega Curioso

Cientistas estão usando ferramentas de inteligência artificial (IA) para estudar vocalizações de animais, especialmente sistemas de comunicação complexos.

A tecnologia permite que os pesquisadores analisem em segundos grandes volumes de dados de áudio de animais - algo que levaria décadas para ser feito por humanos. E a boa notícia é que já existem centenas de ferramentas de IA para analisar vocalizações de diferentes espécies.

Uma delas, a DeepSqueak, foi desenvolvida com a ajuda do neurocientista da Universidade de Washington, Estados Unidos, Kevin Coffey. A ferramenta de aprendizado automático decodifica a conversa de roedores. 

Ou seja, identifica as "vozes" de roedores a partir de dados de áudio brutos, compara-as com vocalizações de características semelhantes e fornece informações sobre o comportamento dos animais, conforme reportagem publicada na agência alemã Da Deutsche Welle.

"Os ratos usam vocalizações ultrassônicas. Sons agudos de 50 quilohertz (kHz) foram descritos como semelhantes a uma risada, mas há muitos tipos desses sons feitos em diferentes situações positivas, como brincadeiras, cortejo ou até mesmo durante a 'viagem' de uma dose de drogas", disse Coffey em entrevista.

Desde seu lançamento, em 2018, o DeepSqueak tem sido usado para estudar o comportamento social de roedores, uso de drogas, autismo e muito mais. Também foi modificado para uso com muitas outras espécies, como golfinhos, macacos e pássaros.

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Coffey disse ao Da Deutsche Welle que eles costumavam analisar espectrogramas de USV manualmente, mas que as ferramentas de IA permitem automatizar o processo, economizando tempo. 

Entretanto, faz uma importante observação: ainda cabe aos humanos decidir o que significam as vocalizações.

"A IA e as ferramentas de aprendizagem profunda não são mágicas. Elas não vão traduzir repentinamente todos os sons dos animais. O trabalho árduo está sendo feito por biólogos que precisam observar os animais em uma infinidade de situações e conectar os chamados a comportamentos e emoções, etc.", disse ele.

Para os especialistas, compreender a linguagem dos animais vai muito além da curiosidade humana.  Coffey acredita que a IA beneficiará os animais que encontramos todos os dias.

"Para mim, pessoalmente, gostaria de melhorar a vida dos animais de laboratório e melhorar a taxa de descobertas traduzíveis em neurociência. Compreender a comunicação dos roedores no laboratório é uma peça desse quebra-cabeça", disse.

Fonte: Redação Byte
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