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Número recorde de países assina acordo sobre o clima

22 abr 2016 - 17h50
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Um número recorde de países assinou nesta sexta-feira, na sede das Nações Unidas em Nova York, o Acordo de Paris contra a mudança climática, deixando clara a urgência de agir contra o aquecimento global.

Pelo menos 175 Estados, muitos representados por seus chefes de Estado e de governo, firmaram em uma grande cerimônia o documento negociado em dezembro na capital francesa.

Jamais tantos países tinham assinado uma convenção internacional deste tipo no primeiro dia em que o texto foi aberto para que as nações comecem a aderir.

Para que o acordo entre em vigor, é preciso agora que pelo menos 55 países, que somem no total 55% das emissões globais, completem o processo de ratificação.

Entre eles, 15, em sua maioria pequenos países insulares, já o fizeram hoje, e espera-se que ao longo deste ano muitas outras nações sigam o caminho.

Na maioria dos casos, os países precisam que o texto seja aprovado por seus Parlamentos.

Os dois maiores poluidores do mundo, Estados Unidos e China, se comprometeram hoje a cumprir esses processos neste ano e, no caso de Pequim, antes da cúpula do G20 prevista para setembro

A França, que liderou as negociações deste primeiro acordo global contra a mudança climática, espera que seu parlamento autorize a ratificação ainda neste ano, segundo o presidente François Hollande.

O chefe de Estado francês, que foi hoje o primeiro a assinar o documento, cobrou que os demais países da União Europeia (UE) deem o "exemplo" e cumpram as ratificações ao longo de 2016.

Os discursos dos líderes mundiais ressaltaram o sentimento de urgência de ação contra o aquecimento global.

"Estamos em uma corrida contra o relógio", advertiu o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que reiterou que o "futuro" do mundo depende dos progressos rumo a uma economia baixa em emissões.

"Estamos batendo recordes nesta reunião, e é uma boa notícia. Mas os recordes também estão sendo batidos fora", disse Ban ao se referir sobre as temperaturas globais e o degelo.

Já o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, selou o pacto em nome de seu país acompanhado de sua neta de dois anos.

As Nações Unidas também destacaram a importância do momento para o futuro do mundo e decidiu que, ao invés de um alto dirigente da organização, as primeiras palavras da sessão de assinatura fossem da jovem tanzaniana Gertrude Clément, que com apenas 16 anos se destacou por seu ativismo sobre o clima.

Os mais de 60 líderes e centenas de representantes nacionais reunidos no salão da Assembleia Geral ouviram também um forte discurso do ator Leonardo DiCaprio, que apoia a ONU como Mensageiro contra a mudança climática.

"O mundo está olhando. Os senhores serão aclamados ou vilipendiados pelas gerações futuras", alertou DiCaprio aos líderes mundiais, ressaltando que "o planeta não será salvo se não deixarmos os combustíveis fósseis debaixo da terra, onde pertencem".

Muitos líderes ressaltaram precisamente a necessidade de progredir inclusive mais do que é estabelecido pelo pacto, que entre outras medidas estabeleceu o compromisso mundial de manter o aumento da temperatura média mundial muito abaixo dos 2 graus centígrados em relação aos níveis pré-industriais e prosseguir os esforços para limitá-lo a 1,5 grau centígrado.

EFE   
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