Sonda japonesa "Akatsuki" se aproxima da órbita de Vênus
7 dez2010 - 05h51
(atualizado às 09h39)
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A sonda "Akatsuki", a primeira missão espacial japonesa a Vênus, chegou ao seu destino e prepara-se para entrar na órbita do planeta, informou nesta terça-feira a Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA).
A entrada em órbita da "Akatsuki" ("Aurora") é uma operação crucial para o êxito da missão japonesa, que tem o objetivo de estudar durante dois anos o clima e os fenômenos atmosféricos do planeta considerado "gêmeo" da Terra.
A sonda já realiza o procedimento para diminuir sua velocidade, o último passo antes de tentar entrar na órbita de Vênus, segundo fontes da JAXA citadas pela agência local "Kyodo". A previsão é a de que os especialistas confirmem no fim desta terça-feira, se a "Akatsuki", agora a cerca de 550 km da superfície de Vênus, teve sucesso na operação. Se o projeto tiver sucesso, será a primeira vez que o Japão colocará uma sonda na órbita de um planeta - excetuando a Terra -, após duas tentativas fracassadas, em 1998 e 2003, de pôr uma sonda na órbita de Marte.
A "Akatsuki" percorreu 520 milhões de km desde seu lançamento a bordo de um foguete, em 21 de maio, desde o Centro Espacial de Tanegashima, no sul do Japão. No início desta terça-feira, o centro de controle da JAXA em Sagamihara chegou a perder contato com a sonda por alguns momentos, informou a agência "Kyodo". Uma vez em órbita, a sonda ajustará sua posição e dará uma volta completa em Vênus em 30 horas, a uma altitude que irá variar entre 550 e 80 mil km sobre a superfície do planeta.
O "Akatsuki" está equipado com cinco câmeras, entre elas uma capaz de filmar além das espessas nuvens sulfúricas e observar a superfície de Vênus, normalmente imersa na escuridão. Assim, entre outros objetivos, deve examinar a possível atividade vulcânica neste planeta rochoso, similar à Terra em tamanho e massa mas com uma pressão 90 vezes maior e uma temperatura de mais de 400ºC.
A nave japonesa irá compartilhar a órbita de Vênus com a sonda Vênus Express, da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), que está há mais de quatro anos explorando a atmosfera deste planeta. Para o desenvolvimento da "Akatsuki", de 500 kg, a JAXA investiu 25,2 bilhões de ienes (cerca de 230 milhões de euros).
Descoberta também muda a maneira de pensar sobre o que são "ambientes habitáveis" no universo. Na imagem, o micro-organismo que usa arsênio no lugar de fósforo na constituição de seu DNA
Foto: Nasa / Reprodução
A nova forma de vida substitui fósforo por arsênio em seu metabolismo
Foto: Nasa / Reprodução
O brasileiro Douglas Galante, coordenador do Laboratório de Astrobiologia da USP acredita que, no Brasil, ambientes vistos como "inabitáveis" também merecem estudo mais detalhado
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Para pesquisadores, descoberta expande o horizonte de possibilidades de busca de vida fora da Terra
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O arsênio é uma substância que, dentro do corpo humano, pode matar todas as células. No entanto, ela faz parte da constituição do DNA deste micro-organismo
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Nasa afirmou que descoberta é somente um ponta-pé para uma série de dicussões e expansão da maneira como o espaço era explorado até então
Foto: Nasa / Divulgação
Um time de quatro pesquisadores, liderados por Felisa Wolfe-Simon (à esq.), que descobriu o micro-organismo, liderou a coletiva de impresa da Nasa nesta sexta-feira, às 17h
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Para Nasa, forma de vida encontrada significa uma descoberta impactante na busca por vida extraterrestre
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Site holandês havia especulado, horas antes do anúncio oficial da Nasa, sobre descoberta de micro-organismo no Mono Lake, na Califórnia
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Segundo pesquisadores, público pode ter se frustrado por Nasa não apresentar um "ET", como na ficcção científica
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Na imagem, a pesquisadora Felisa Wolfe-Simon trabalha com lama do Mono Lake para estudar o micro-organismo
Foto: Nasa / Divulgação
A descoberta, no entanto, é um enorme passo para a comunidade científica, sendo categorizada como "fenomenal" pelos pesquisadores
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O grupo de quatro pesquisadores comentou que o mais importante, a partir de agora, é procurar por mais "exceções" de vida no universo
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Felise e mais dois pesquisadores procuravam por evidências de que organismos vivos pudessem ser constituídos por outros elementos químicos no lugar do fósforo
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Felise comentou, no entanto, que a pesquisa se encontra em um estágio muito inicial e que é impossível tirar grandes conclusões neste momento sobre a vida no universo
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Bem humorada, pesquisadora Felise Wolfe-Simon brincou ao afirmar que as escolas precisarão mudar seus livros didáticos a partir de hoje
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A descoberta de Felise abre uma nova perspectiva sobre o que é necessário para a constituição de vida dentro e fora do planeta Terra
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Na imagem, pesquisadores recolhem do lago tóxico Mono, na Califórnia, ainda na fase de estudos sobre a possibilidade da descoberta de vida dentro do arsênio
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Na imagem, a microfotografia mostra, aplificadamente, o micro-organismo que possui o elemento até então considerado tóxico para a vida, o arsênio, dentro do seu DNA