Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Espaço

Salto da estratosfera serviu de teste para traje espacial turístico

16 out 2012 - 11h07
(atualizado às 12h33)
Compartilhar

O salto estratosférico do paraquedista austríaco Felix Baumgartner pode ajudar a determinar se turistas espaciais precisariam usar trajes semelhantes ao que o protegeu na hora de romper a barreira do som. "Não foi só uma suave penetração da barreira do som", disse o médico de Baumgartner, Jonathan Clark, na segunda-feira, quando o paraquedista e sua equipe comemoraram o recorde da véspera, quando ele saltou de uma altura de 39 km e caiu de pé na localidade de Roswell, Novo México.

Adolescente fascinado por viagens espaciais conseguiu lançar uma réplica de um ônibus espacial à estratosfera. As imagens foram obtidas com uma câmera de alta definição acopladas ao balão de hélio gigante
Adolescente fascinado por viagens espaciais conseguiu lançar uma réplica de um ônibus espacial à estratosfera. As imagens foram obtidas com uma câmera de alta definição acopladas ao balão de hélio gigante
Foto: BBC Brasil

"Foi um mach 1,24 . Nossas equipes de recuperação em solo em quatro locais diferentes escutaram o estrondo sônico", disse Clark, ex-paraquedista militar de altas altitudes e médico da Nasa, com experiência na criação de sistemas de fuga para astronautas dos ônibus espaciais.

Além da Nasa, os dados obtidos por Baumgartner interessam também às empresas que estão desenvolvendo táxis espaciais e à FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA), que supervisiona a ainda incipiente indústria dos voos espaciais comerciais, e está decidindo se os trajes espaciais devem ser obrigatórios para turistas em voos de alta altitude.

Durante seu mergulho no vazio, Baumgartner vestiu um traje feito especialmente para a ocasião, semelhante aos macacões pressurizados que astronautas dos EUA começaram a usar após o desastre do Challenger.

Até domingo, esses trajes nunca haviam sido testados num voo supersônico, nem haviam sido homologados para uso acima de 100 mil pés (30.480 m), altitude alcançada em 1960 pelo recordista anterior da queda livre, Joe Kittinger. "Felix demonstrou que é possível penetrar na barreira do som", disse Clark. "Ele não foi apenas transônico, ele foi hipersônico. Ir a mach 1,24 é incrível. Está muito mais além do que qualquer limite de resistência humana." Segundo ele, essa experiência poderia ser útil, por exemplo, no caso de um acidente após o lançamento de uma nave, em que os astronautas precisassem se ejetar.

Baumgartner contou que, isolado dentro do traje pressurizado, não sentiu o rompimento da barreira do som. "Era como nadar sem tocar na água. Eu estava voando até embaixo para retomar o controle. Eu tinha muita pressão na minha cabeça, mas não senti que iria desmaiar. Senti que conseguia aguentar."

Baumgartner saltou de 39.044 m de altura, e chegou a 1.342 km/h antes de abrir os paraquedas. A velocidade do som naquela altitude era de cerca de 1.110 km/h. O objetivo dele era quebrar recordes - maior altura do salto, mais rápida queda livre, maior balão a levar uma pessoa ao céu-, mas o fato também foi atentamente acompanhado por médicos, engenheiros e cientistas que trabalham para aumentar as chances de sobrevivência em casos de acidentes envolvendo voos espaciais e aeronaves de altas altitudes.

Clark conhece bem esses perigos. Sua mulher, a astronauta Laurel Clark, morreu em 2003 na explosão do ônibus espacial Columbia, a 61.173 m de altitude. Antes, ele havia trabalhado na investigação do acidente de 1986 com o ônibus Challenger.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra