Estudo: custo para salvar tigre da extinção é de R$ 60 mi
15 set2010 - 13h32
(atualizado às 14h28)
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A população de tigres da Ásia pode estar perto da extinção, restando apenas 3,5 mil tigres na natureza, a maioria dos quais agrupados em áreas fragmentadas que compõem menos de 7% de seu habitat asiático original, diz um estudo.
Publicado na edição mais recente do periódico online PLoS Biology, o estudo diz que é crucial salvar os tigres que vivem em 42 pontos espalhados pela Ásia da ameaça dos caçadores e madeireiros ilegais e do comércio ilegal de animais silvestres, para impedir que a espécie se extinga na natureza.
O custo disso seria US$ 35 milhões (cerca de R$ 60 milhões) adicionais para financiar monitoramento e policiamento, dizem os autores do estudo, da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem, sediada nos Estados Unidos. Dos tigres remanescentes na natureza, apenas cerca de mil são fêmeas em idade reprodutiva.
Os autores do estudo disseram que, apesar de décadas de esforços de conservacionistas, boa parte da queda na população de tigres ainda se deve à demanda por partes de seus corpos, utilizados na medicina tradicional. As outras razões são a caça excessiva dos animais dos quais eles se alimentam e a destruição de suas áreas de caça.
Os autores do estudo identificaram 42 "sítios-fonte" de tigres onde vivem populações de tigres que se reproduzem e que possuem o potencial de alimentar a recuperação dos tigres em áreas maiores. A Índia tem 18 desses sítios, a ilha indonésia de Sumatra, oito, e o extremo oriente russo, seis, e há outros na Malásia, Tailândia, Laos e Bangladesh.
"Com base nos dados disponíveis, não foi identificado nenhum sítio-fonte no Camboja, China, Coreia do Norte ou Vietnã", diz o estudo. A maioria dos 42 sítios é pequena, está em processo de redução devido à invasão humana e suas populações de tigres são pequenas.
"Apenas cinco deles, todos na Índia, conservam populações de tigres que se aproximam de 80% do que podem suportar", diz o estudo. "Logo, a recuperação das populações apenas nos sítios-fonte resultaria em um aumento de 70% na população mundial de tigres."
O estudo foi divulgado antes de uma grande conferência da ONU que terá lugar no Japão no próximo mês e no qual se prevê que os países participantes acordem novas metas para tentar frear o declínio nas espécies vegetais e animais.
Os autores calcularam o custo anual de administração dos sítios em US$ 82 milhões, valor que inclui o custo de policiamento, monitoramento da fauna, envolvimento das comunidades e outros fatores.
Filhotes de tigre de Amur brincam com a mãe no Zoológico de Denver, nos Estados Unidos, no último dia 30. Quatro filhotes nasceram no dia 31 de maio da subespécie que corre risco de extinção. Segundo a organização WWF, vive no sudeste da Rússia e norte da China e acredita-se que existem 450 tigres de Amur no planeta
Os adultos são predadores vorazes. Mas os filhotes não passam de versões "fofas" e inofensivas dos pais. Veja alguns filhotes "ferozes" que foram apresentados recentemente em zoológicos pelo mundo
Foto: AFP / Reuters
Estes quatro filhotes de guepardo com 7 semanas de vida foram apresentados no zoo de Rostock, na Alemanha, no dia 6
Foto: AFP
Como a mãe morreu pouco depois do nascimento, eles vão ser cuidados pelos tratadores
Foto: AFP
Filhote de leopardo-das-neves olha tronco de árvore em zoo na Alemanha. Fêmea, é um dos três filhotes que nasceram em cativeiro em maio de 2010
Foto: AFP
O leopardo-das-neves pode ser encontrado em áreas montanhosas da Ásia Central, inclusive nos arredores do monte Everest
Foto: AFP
No verão, pode ser encontrado em altitudes acima de 5 mil metros
Foto: AFP
Suas presas variam entre aves e roedores
Foto: AFP
É considerado um animal em extinção, pois partes de seu corpo, como os ossos, são usadas na medicina asiática
Foto: AFP
Segundo a organização WWF, quando adulto, esse leopardo pesa entre 35 e 40 kg (fêmea) ou entre 45 e 55 kg (machos)
Foto: AFP
Ainda de acordo com a WWF, essa espécie pode atingir até 130 cm de comprimento e 60 cm de altura
Foto: AFP
Filhote negro de leopardo de Amur passa por exames médicos no zoo de Hodenhagen
Foto: EFE
Segundo informações da agência EFE, este tipo de leopardo, de pele negra, é extremamente raro
Foto: Divulgação
A espécie está ameaçada de extinção, restam somente cerca de 35 exemplares que vivem na natureza
Foto: Divulgação
Os leopardos com a pelagem negra são conhecidos como melanísticos, termo que deriva da palavra "melanina", um pigmento colorido escuro da pele e do cabelo
Foto: Divulgação
O felino habita as florestas da Rússia, China e Coréia do Norte, mas a caça ilegal, o desmatamento e outras atividades humanas limitaram seu habitat a uma área de 400 mil hectares nas florestas ao redor do lago Jasan, em Primorie, informou a WWF
Foto: Divulgação
O filhote negro de leopardo de Amur chamado Exame chamou a atenção no zoo
Foto: Reuters
Leopardos com a pelagem negra são mais comuns em florestas densas do Sudeste Asiático
Foto: Reuters
Eles constituem uma variação individual e não são uma espécie ou subespécie distinta
Foto: Reuters
Segundo informação da organização WWF, acredita-se que a coloração escura seja uma camuflagem perfeita no interior das florestas em condições onde há pouca luz solar, o que pode ser uma grande vantagem na hora da caça
Foto: Reuters
A WWF afirma que iniciativas de preservação do habitat podem salvar a espécie
Foto: Reuters
A espécie aparece na Lista Vermelha da União Internacional da Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) como "criticamente ameaçado"
Foto: Reuters
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