Achávamos que entendíamos a chuva, mas a ciência tem algo a dizer: descobrimos um padrão oculto que muda tudo
Entendemos melhor as secas
A forma como o mundo mede e se prepara para as secas acaba de ser transformada por uma nova pesquisa. Cientistas das universidades de UC San Diego e Stanford revelaram um padrão oculto na precipitação global, demonstrando que o fator crucial para a estabilidade das colheitas não é apenas o volume de chuva, mas sim a sua origem.
O estudo, publicado na revista Nature Sustainability (link no primeiro parágrafo), rastreou o vapor atmosférico até o seu ponto inicial de evaporação: o oceano ou a superfície terrestre (solo, florestas e lagos). O padrão chocante que emergiu é que, quando uma plantação depende excessivamente da umidade vinda de superfícies terrestres - a chamada "chuva reciclada" - ela se torna significativamente mais vulnerável à seca, à queda na umidade do solo e à perda de produtividade.
Compreendendo melhor secas
O motivo? A umidade derivada do oceano tende a viajar em grandes sistemas, gerando chuvas fortes e mais consistentes. Por outro lado, o sistema de chuva gerado pela evaporação local da terra produz chuvas mais leves e menos previsíveis. Os pesquisadores estabeleceram um limite de risco: se mais de um terço da precipitação de uma área vier da terra, a vulnerabilidade agrícola aumenta drasticamente.
Essa descoberta muda fundamentalmente a previsão de secas e o planejamento agrícola global. Regiões-chave, como o Meio-Oeste dos EUA e o Leste da África tropical, foram identificadas como pontos críticos de alto risco. Nesses locais, o desmatamento ou o esgotamento ...
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