Cabos submarinos pertenciam às operadoras e agora estão sendo controlados por grandes empresas de tecnologia
95% do tráfego global de dados passa por cabos submarinos. Google, Meta, Microsoft e Amazon já controlam grande parte dessa infraestrutura.
Os cabos submarinos transportam 95% do tráfego de dados entre continentes. Eles movimentam dez trilhões de dólares por dia em transações financeiras, de acordo com dados compilados pela TeleGeography, e alimentam tudo, desde streaming até redes de inteligência artificial. No entanto, seu controle não pertence mais às grandes operadoras tradicionais de telecomunicações: passou, em grande parte, para as mãos de gigantes da tecnologia como Google, Meta, Microsoft e Amazon. Uma transformação profunda que levanta questões sobre dependência, soberania digital e resiliência a riscos geopolíticos.
Por mais de um século, os cabos submarinos foram obra de consórcios de operadoras públicas e grandes empresas de telecomunicações. Sua instalação custava centenas de milhões de dólares, e era comum distribuir o risco entre vários participantes em troca da atribuição de pares de fibras a cada participante. Exemplos recentes, como o cabo 2Africa, promovido pela Meta, seguem esse modelo. No entanto, em apenas uma década, esse equilíbrio foi rompido.
Hoje, Google, Meta, Microsoft e Amazon controlam ou gerenciam cerca de metade da largura de banda subaquática do mundo. Entre 2019 e 2023, elas financiaram cerca de 25% dos sistemas de cabos ativados, de acordo com o Carnegie Endowment. Globalmente, espera-se que cerca de 60 novos cabos submarinos sejam construídos até 2027, conforme indicado pelo último mapa da TeleGeography, que dá uma ideia da magnitude da mudança de ciclo no controle de ...
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