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Barbie também encontrou machismo no mundo tecnológico ao se tornar engenheira da computação

Apesar da narrativa feminista por trás das profissões da Barbie, a boneca já foi introduzida em um cenário machista

23 jul 2023 - 17h12
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Na quarta-feira, 20, o filme da Barbie finalmente chegou nas telas de cinema no Brasil. Com toda a comoção pelo filme, a boneca voltou a ser assunto, principalmente com trailer que mostrou várias versões da personagem em profissões diferentes. O que o filme não mostra é que a Barbie já se aventurou pelo mundo da tecnologia - e encontrou todo o machismo que existe neste universo.

Em 2010, o livro "Barbie: Posso ser uma Engenheira de Computação" foi lançado e nele contava a história da boneca que queria criar um jogo - a boneca havia se tornado engenheira da computação. A narrativa era simples, mas, em certo ponto, Barbie passa a dizer que não conseguiria realmente construir o game sem a ajuda de dois outros personagens masculinos. Em um trecho, um dos personagens diz: "Será mais rápido se Brian e eu ajudarmos, deem voz aos homens".

Barbie já enfrentou problemas quando foi engenheira da computação
Barbie já enfrentou problemas quando foi engenheira da computação
Foto: Mattel/Divulgação / Estadão

Após o lançamento, o livro foi alvo de críticas por retratar Barbie de forma dependente em uma carreira de exatas, área de predomínio masculino, que tende a ser excludente em relação a mulheres. A reprodução do esteriótipo pegou muito mal e reforçou problemas do mundo tecnológico. Dados obtidos em 2021 pelo projeto Open Box da Ciência do Instituto Serrapilheira mostram que no Brasil os homens são maioria nas engenharias (74%) e nas ciências exatas e da terra (69,9%).

Seis anos após a polêmica do livro, em 2016, a Mattel lançou uma nova boneca: a Barbie "desenvolvedora de jogos". O objetivo do lançamento teria sido para acalmar os ânimos e reparar o passado. A empresa chegou a analisar até o figurino da boneca para ter certeza que ela estaria dentro dos padrões de uma mulher desenvolvedora e, dessa vez, sem livro.

O novo filme também tenta discutir questões importantes. Os diretores e produtores afirmaram que as temáticas retratadas no filme abordariam assuntos como questões de gênero, como machismo e empoderamento feminino.

*Alice Labate é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani

Estadão
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