99 e Uber ficam mais caros com pouca bateria? Este cara fez o teste
Com um minuto de diferença, preço da corrida diminuiu em três vezes quando conectado ao carregador
No fim semana, um usuário viralizou no TikTok com uma teoria que vira e mexe com o bolso de muitas pessoas. O perfil Jeannascimento.real relatou que o preço dos carros de aplicativos como 99 e Uber aumentam se a pessoa estiver com bateria baixa.
O vídeo, compartilhado na rede social, tem mais de 100 mil curtidas e 500 mil visualizações.
Nascimento mostra que, com o smartphone conectado a um carregador portátil, a primeira simulação de corrida custaria R$ 8 às 17h21. No entanto, nove minutos depois ele desconectou o carregador e tentou uma nova simulação. O preço foi para R$ 16,10.
Não satisfeito, o usuário usou, às 17h53, o aplicativo da 99 sem estar no carregador — e dessa vez o valor da corrida estava em R$26,60. Um miunuto depois, às 17h54, com o carregador conectado, o preço estava novamente em R$ 8.
@jeannascimento.real #uber #99pop ♬ som original - Jean Nascimento
Preços mudam
Essa, no entanto, não foi a primeira vez que aplicativos de transporte são acusados de modificar o preço da corrida com base na bateria dos usuários: em 2016 a Uber foi acusada de coletar dados dos usuários para isso.
O chefe de pesquisa econômica da companhia, Keith Chen, revelou na época alguns dados bastante curiosos sobre os passageiros do serviço: usuários costumam aceitar pagar tarifas mais caras quando a bateria de seus smartphones está acabando.
De acordo com Chen, a Uber não usa essas informações para “sacanear” os usuários. "Nós absolutamente não usamos isto para fazer algo como empurrar um valor maior para vocês, mas é um comportamento psicológico humano bastante interessante", garantiu em entrevista ao podcast The Hidden Brain.
Esse ano, o jornal da Bélgica Dernière Heure mostrou que em duas solicitações idênticas foram feitas em um teste, mas a Uber cobrou 6% a mais pela viagem feita em um smartphone com apenas 12% de bateria.
Em outro telefone, com 84% da bateria, foi cobrado 16,60 euros (R$ 89 na cotação atual) para a viagem dos escritórios do jornal até um terminal de balsas próximo, enquanto o outro celular foi cobrado em 17,56 euros (R$ 94,76).
A Uber negou ao jornal que o pagamento seja determinado pela quantidade de carga restante na bateria de um telefone e diz que o aplicativo não é capaz de medir a carga de energia do aparelho.
A reportagem do Byte procurou a Uber e a 99 no Brasil para comentar o assunto. Em nota, a 99 informou que o preço final da corrida é definido por uma equação que considera a distância percorrida e o tempo de deslocamento, que é definido de acordo com a oferta e demanda de motoristas parceiros por região.
A empresa ressaltou que o valor final pode ser afetado por variantes como excesso de trânsito, chuva ou aumento de pedidos de carros por aplicativo.
A Uber não se manifestou.