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Perito descarta tese de confronto no massacre do Carandiru

Terça, 26 de junho de 2001, 14h21

Sérgio Gwercman/Redação Terra

O perito Osvaldo Negrini Neto, do Instituto de Criminalística de São Paulo, desmentiu hoje a tese da defesa do coronel Ubiratan Guimarães, de que teria havido confronto entra presos e PMs durante a invasão da Tropa de Choque na Casa de Detenção de São Paulo, em outubro de 1992. "Em nenhum lugar ficou tecnicamente provado a existência de confrontos", disse Negrini. Guimarães está sendo julgado pela morte de 111 presos e pela tentativa de homicídio contra outros cinco, ocorridas no episódio conhecido como o Massacre do Carandiru.

O perito afirmou que os vestígios de bala, encontrados nas paredes das celas, mostram que inúmeras rajadas de metralhadoras foram disparadas, bem como tiros de pistolas. Ele disse ainda que foi possível identificar que os disparos foram feitos da porta e do centro das celas, em alvos fixos. Segundo o perito, a chacina de 111 presos no Carandiru "está escrita nas paredes". Negrini disse ainda que foram retirados mais de 500 projéteis, de vários calibres, dos corpos dos presos.

O perito também contou que os detentos, naquele dia, durante a vistoria que ocorreu após os tiroteios, ficaram várias horas aguardando no pátio do Carandiru, apesar da forte chuva que caía. "Os presos estavam nus", disse ele, que também revelou que foram os próprios detentos que carregaram os cadáveres. Durante a perícia, Negrini também constatou que diversos tiros foram disparados próximos ao solo, provavelmente mirando alvos que estavam no chão, como corpos deitados. Ele disse ainda que o Pavilhão nove sofreu modificações logo após a saída da polícia. "Não pudemos reconstituir a posição dos corpos", explicou.

Armas - As armas entregues ao perito pela Polícia Militar, que supostamente pertenceriam aos detentos, também chamaram sua atenção. No dia do massacre, chovia muito na cidade e havia canos estourados em todos os pavimentos do pavilhão, que estava completamente inundado, com água a dois ou três centímetros de altura. As 13 armas entregues a ele, para serem periciadas, estavam secas e com marcas de disparo. Fato esse considerado estranho, segundo ele, pois tais marcas deveriam estar apagadas em decorrência da umidade. "As armas surgiram para mim", concluiu ele.

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