Sérgio Gwercman/Redação Terra
Mais sete testemunhas, três de acusação e quatro de defesa, depõem hoje no julgamento do coronel reformado da Polícia Militar, Ubiratan Guimarães, acusado pela morte de 111 presos e pela tentativas de homicídio contra outros cinco. Guimarães liderou a invasão da PM na Casa de Detenção de São Paulo, em outubro de 1992, que resultou no chamado massacre do Carandiru.
Os sete jurados, que deicidirão de o coronel é culpado ou inocente, ouvirão hoje as seguintes testemunhas, por parte da acusação: Luis Carlos dos Santos Silva, ex-detento e sobrevivente do massacre, Osvaldo Negrini Neto, perito do Instituto Criminalístico do Estado, e Aparecido Fidelis, diretor responsável pelos presídios paulistas, em 1992.
Por parte da defesa, foram chamadas as seguintes pessoas: Pedro Franco de Campos, então secretário de Segurança Pública, Ivo de ALmeida e Fernando Antônio Torres Garcia, ambos juízes, além de Antônio Luis Filardis, juiz aposentado.
Ontem, os jurados também ouviram sete testemunhas, todos sobreviventes do massacre, chamados pela acusação. Os relatos dos detentos e ex-detentos foram semelhantes. Todos eles afirmaram que os presos não reagiram, que os agentes carcerários os abandonaram assim que começou uma briga entre presos, que não havia armas de fogo com os internos e que a polícia atirou, deliberadamente, em detentos que tentavam se proteger dentro das celas.
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