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Prédio onde fica Anistia tem fama de mal-assombrado

Quinta, 07 de setembro de 2000, 04h41min
Alguém já disse que, sobre o Edifício Andraus, paira uma "aura maldita". O episódio de ameaça de bomba ontem em São Paulo, que levou à evacuação de sete andares desse edifício de 28 pavimentos, incrustrado na Praça Júlio Mesquita, é mais um na história atribulada do prédio, que marcou para sempre a própria história de São Paulo.

No dia 24 de fevereiro de 1972, teve início um incêndio nos painéis de publicidade da extinta loja de departamentos Pirani, que devorou o prédio, matou 16 pessoas e fez 334 feridos. Depois da tragédia, o edifício, escurecido pelo fogo, com seus vidros partidos e as paredes descascando, deixava em pânico as pessoas que circulavam pelas proximidades. Muita gente evitava passar em frente ao Andraus e chegava até a atravessar a rua.

O Andraus foi reconstruído, ganhou o título de "prédio mais seguro de São Paulo". Novos acontecimentos, desde sua reinauguração em 1974, têm colaborado para ele continuar na linha de tiro. Às vezes, literalmente. Como em um assalto coorrido no segundo andar do prédio, onde funciona uma agência do Banespa.

Em janeiro de 99, foi a vez da dona de casa Telma Regina de Almeida tentar se jogar do 28º andar, a 140 metros de altura. Casada, com quatro filhos e grávida do quinto, Telma estava desesperada, por causa de uma ação de despejo. Resolveu atrair a atenção da opinião pública, tentando o suicídio. Adivinhe qual foi o prédio escolhido por ela?

Ontem, chegou uma carta-bomba destinada à Associação da Parada de Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo, que fica justamente no 13º andar.

Nesse pavimento, funcionam sete organizações sociais. "Esse andar pinga sofrimento", comentou uma entrevistada. Há entidades de apoio a portadores do vírus da Aids, de mães de internos da Febem, de homossexuais e de mães de crianças desaparecidas.

Gritos nas escadas - Quem precisa trabalhar no Andraus tem medo. Uma recepcionista disse que ouve "gritos nas escadarias". Conceição Paganele, de 45 anos, da Associação de Mães da Febem, contou que o elevador às vezes sobe e desce sozinho, sem ninguém dentro. "Como se alguém o tivesse chamado."

A corretora de seguros Mônica Orlandin, de 35 anos, que trabalha no 14º andar, revelou que tem medo, quando precisa ficar até mais tarde. "As portas dos armários abrem sozinhas." Depois que apaga a luz da corretora e sai, "o mais depressa possível", Mônica fica sozinha no hall de elevadores e leva mais um susto: "O hall tem o formato de um caixão de defunto."

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