Não adianta destruir terreiros: tambores sagrados vão às ruas na Baixada Fluminense

Festival de ogans – que tocam e cantam na umbanda e no candomblé – acontece em Duque de Caxias, Nilópolis e Nova Iguaçu

22 ago 2025 - 07h59
Resumo
Entre os dias 22 e 24 de agosto, programação gratuita reúne 36 percussionistas para celebrar a importância cultural da religiosidade conectando ritmo, canto, dança e história em apresentações e rodas de conversa sobre as tradições de matriz africana.
Ogan Anderson Vilmar é um dos convidados para o Festival de Ogans Vozes e Tambores, na Baixada Fluminense.
Ogan Anderson Vilmar é um dos convidados para o Festival de Ogans Vozes e Tambores, na Baixada Fluminense.
Foto: Divulgação

Nenhum ritual de religiosidade afro acontece sem os tambores e seus tocadores, os ogans, em geral três, que percutem atabaques de diferentes tamanhos e sons com a mão, na umbanda, e com varetas, no candomblé. Quem ainda não viu, eis a chance: entre os dias 22 e 24 de agosto, na Baixada Fluminense, tambores e tocadores vão às ruas provando que não adianta destruir terreiros.

A Baixada Fluminense é um dos locais com maior número de terreiros do Brasil. Vira e mexe, alguma casa santa é invadida, mas o Festival de Ogans Vozes e Tambores mostra a força do candomblé e da umbanda em Duque de Caxias, Nilópolis e Nova Iguaçu – cidade onde, em março, um terreiro foi destruído por incêndio criminoso.

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É só um dos vários exemplos possíveis. Mas enquanto a intolerância avança, os tocadores saem às ruas para mostrar que resistem. O Festival de Ogans Vozes e Tambores ocupará espaços públicos e locais sagrados, como Museu Vivo do São Bento, local de grande importância ancestral para a Baixada Fluminense.

As apresentações acontecem em trios, seguindo as práticas dos terreiros. Serão 36 ogans, incluindo mulheres. As atividades terão mediação de três articuladores que representam a cultura local e atuam como mestres de cerimônia e educadores, contextualizando a história das religiões, das nações e dos ritos da Baixada Fluminense.

Em Duque de Caxias, a mediação é Nielson Bezerra, doutor em História e pesquisador das ancestralidades da Baixada Fluminense. Em Nova Iguaçu, Marcos Serra, doutor em Educação e iniciado no Terreiro de Mãe Beata, conduzirá as apresentações. Em Nilópolis, a mediação ficará a cargo de Macedo Griot de Moraes, músico e pesquisador de memória oral da diáspora.

Serviço:

Além das apresentações, o Festival de Ogans Vozes e Tambores promove rodas de conversa que aprofundam o entendimento das tradições. O evento é gratuito e aberto a todos os públicos.

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Programação completa AQUI.

Fonte: Visão do Corre
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