Periferias paulistanas relatam emoção e aprendizado na Marcha Global da COP30

Delegação de São Paulo diz viver momento histórico ao participar do maior evento popular até agora nas ruas de Belém

15 nov 2025 - 21h21
Resumo
A Marcha dos Povos pelo Clima é uma das atividades que marcam o encerramento da Cúpula dos Povos, organizada em paralelo à COP30 por mais de mil movimentos sociais da cidade e do campo, povos indígenas e quilombolas, do Brasil e de vários países do mundo.
Segundo organizadores, pelo menos 70 mil pessoas estiveram na manifestação, que saiu do Mercado de São Brás, no centro histórico, até a Aldeia Cabana.
Segundo organizadores, pelo menos 70 mil pessoas estiveram na manifestação, que saiu do Mercado de São Brás, no centro histórico, até a Aldeia Cabana.
Foto: Bruno Peres/AB

A delegação da Frente Periférica por Direitos, formada por diversas lideranças, coletivos e movimentos das periferias de São Paulo, veio a Belém para participar da COP30 e esteve na Marcha Global pelo Clima. Para os integrantes ouvidos, além da manifestação que movimentou este sábado (15), houve aprendizado e emoção.

A comitiva das periferias paulistanas tem 16 pessoas. Integrantes relatam que ficaram impressionados com a potência da Marcha Global pelo Clima, que se tornou sendo um movimento catalisador unindo representantes de movimentos ambientais do Brasil e do mundo.

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Maria Edilene, 38 anos, liderança e educadora socioambiental no Jardim Lapenna, na zona leste de São Paulo, fala da felicidade de poder participar desse momento e o quanto a Marcha a inspira a cuidar mais ainda do meio ambiente.

“A marcha é um ato de responsabilidade que pegamos aqui pra levar para o nosso território e fazer transformação, dar continuidade no trampo que a gente já faz. E me fez refletir sobre várias coisas, como cuidar mais da natureza, e ensinar mais nossos meninos.”

A Marcha percorreu 4,5 km sob um sol forte de 35°C. Nada mais representativo para um ato de combate à emergência climática.
Foto: Bruno Peres/AB

Ativista considera a Marcha “simbólica”

Larissa Cordeiro, 32 anos, moradora de Perus, faz parte da comitiva da Frente Periférica por Direitos e do movimento contra a instalação de uma incineradora em sua quebrada. “A Marcha foi uma experiência muito valiosa, sobretudo para uma pessoa sudestina e para ampliar o meu repertório”.

Qual repertório? “Em relação às lutas dos povos na defesa da natureza, do modo de vida tradicional, das comunidades tradicionais e da resistência contra esse capitalismo predatório, que destrói as possibilidades de vida no globo.”

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Larissa considera simbólico a Marcha acontecer no meio da Amazônia, das interações e dos gritos de unidade por justiça climática e no combate ao racismo ambiental. Ela se diz muito grata por participar dessa momento, em sua primeira participação em uma COP.

A marcha foi organizada por integrantes da Cúpula dos Povos e da COP das Baixadas, e teve a participação de representantes de organizações de todos os continentes.
Foto: Bruno Peres/AB

Participante acha que Marcha reuniu mais de 70 mil pessoas

Outro dos representantes periféricos paulistanos que ficaram impressionados com a Marcha é Ivan Soares, 33 anos, educador ambiental e agroecólogo, ou seja, trabalha com agricultura de maneira ecológica. Ele mora em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo e diz que viveu um “momento histórico”.

Ele estima que havia mais de 70 mil pessoas na Marcha e explica sua impressão. “Eu frequento estádio de futebol, tem dados falando que tinha 30 mil pessoas, eu acho que é impossível: tinha mais de 70 mil pessoas tranquilamente, de tudo quanto é país e movimento.”

Assim como a Frente Periférica por Direitos, diversos movimentos nacionais e mundiais estiveram presentes, com diversas demandas e lutas. A Marcha serviu para os colocar em evidência, ampliando o debate e reivindicando protagonismo além da zona sul, área oficial da COP30, onde as periferias e povos tradicionais não estão presentes.

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Fonte: Visão do Corre
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