A Marcha dos Povos pelo Clima é uma das atividades que marcam o encerramento da Cúpula dos Povos, organizada em paralelo à COP30 por mais de mil movimentos sociais da cidade e do campo, povos indígenas e quilombolas, do Brasil e de vários países do mundo.
A delegação da Frente Periférica por Direitos, formada por diversas lideranças, coletivos e movimentos das periferias de São Paulo, veio a Belém para participar da COP30 e esteve na Marcha Global pelo Clima. Para os integrantes ouvidos, além da manifestação que movimentou este sábado (15), houve aprendizado e emoção.
A comitiva das periferias paulistanas tem 16 pessoas. Integrantes relatam que ficaram impressionados com a potência da Marcha Global pelo Clima, que se tornou sendo um movimento catalisador unindo representantes de movimentos ambientais do Brasil e do mundo.
Maria Edilene, 38 anos, liderança e educadora socioambiental no Jardim Lapenna, na zona leste de São Paulo, fala da felicidade de poder participar desse momento e o quanto a Marcha a inspira a cuidar mais ainda do meio ambiente.
“A marcha é um ato de responsabilidade que pegamos aqui pra levar para o nosso território e fazer transformação, dar continuidade no trampo que a gente já faz. E me fez refletir sobre várias coisas, como cuidar mais da natureza, e ensinar mais nossos meninos.”
Ativista considera a Marcha “simbólica”
Larissa Cordeiro, 32 anos, moradora de Perus, faz parte da comitiva da Frente Periférica por Direitos e do movimento contra a instalação de uma incineradora em sua quebrada. “A Marcha foi uma experiência muito valiosa, sobretudo para uma pessoa sudestina e para ampliar o meu repertório”.
Qual repertório? “Em relação às lutas dos povos na defesa da natureza, do modo de vida tradicional, das comunidades tradicionais e da resistência contra esse capitalismo predatório, que destrói as possibilidades de vida no globo.”
Larissa considera simbólico a Marcha acontecer no meio da Amazônia, das interações e dos gritos de unidade por justiça climática e no combate ao racismo ambiental. Ela se diz muito grata por participar dessa momento, em sua primeira participação em uma COP.
Participante acha que Marcha reuniu mais de 70 mil pessoas
Outro dos representantes periféricos paulistanos que ficaram impressionados com a Marcha é Ivan Soares, 33 anos, educador ambiental e agroecólogo, ou seja, trabalha com agricultura de maneira ecológica. Ele mora em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo e diz que viveu um “momento histórico”.
Ele estima que havia mais de 70 mil pessoas na Marcha e explica sua impressão. “Eu frequento estádio de futebol, tem dados falando que tinha 30 mil pessoas, eu acho que é impossível: tinha mais de 70 mil pessoas tranquilamente, de tudo quanto é país e movimento.”
Assim como a Frente Periférica por Direitos, diversos movimentos nacionais e mundiais estiveram presentes, com diversas demandas e lutas. A Marcha serviu para os colocar em evidência, ampliando o debate e reivindicando protagonismo além da zona sul, área oficial da COP30, onde as periferias e povos tradicionais não estão presentes.