A utilização de testosterona para fins estéticos ou melhora de desempenho físico em mulheres não tem respaldo científico e pode trazer riscos importantes à saúde. O alerta foi reforçado em uma nota conjunta divulgada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
De acordo com as entidades, a única indicação reconhecida para o uso de testosterona em mulheres é o tratamento do Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH), restrito a mulheres na pós-menopausa e sempre com acompanhamento médico. Fora desse contexto, o uso do hormônio não é recomendado.
O posicionamento ganha relevância em meio à crescente disseminação de conteúdos nas redes sociais que associam a testosterona a benefícios como aumento de massa muscular, redução de gordura corporal, melhora da disposição e efeitos antienvelhecimento. Segundo as entidades médicas, essas promessas não são sustentadas por evidências científicas e podem induzir a práticas perigosas.
Uso estético e esportivo é proibido pelo CFM
Além da ausência de indicação clínica, o Conselho Federal de Medicina (CFM) veda expressamente o uso da testosterona em mulheres para fins estéticos, melhora de desempenho físico, alteração da composição corporal ou como estratégia de antienvelhecimento.
O uso inadequado do hormônio pode provocar efeitos adversos relevantes, como alterações cardiovasculares, toxicidade hepática, infertilidade e o desenvolvimento de efeitos virilizantes, incluindo engrossamento da voz, aumento de pelos e alterações corporais que, em alguns casos, podem ser irreversíveis.
Para o público que pratica atividade física regularmente, o alerta é ainda mais importante. A busca por resultados rápidos ou por melhora de performance pode levar ao uso indevido de substâncias hormonais, aumentando o risco de complicações de saúde e comprometendo o bem-estar a longo prazo.
Desempenho físico exige orientação, não hormônios
Especialistas reforçam que ganho de força, melhora do condicionamento físico e mudanças corporais saudáveis devem estar associados a treino adequado, alimentação equilibrada e acompanhamento profissional, e não ao uso de hormônios sem indicação clínica.
Para esclarecer dúvidas sobre os riscos do uso inadequado de testosterona em mulheres, a endocrinologista Caroline Castro, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, está disponível para entrevistas e orientações à imprensa.
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