Linfoma de Hodgkin: um câncer do sistema linfático com tratamento eficaz

O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que atinge o sistema linfático, parte importante da defesa do organismo contra infecções. Saiba detalhes da condição que afeta a influenciadora Isabel Veloso.

16 dez 2025 - 19h00

O linfoma de Hodgkin é um tipo de câncer que atinge o sistema linfático, parte importante da defesa do organismo contra infecções. Esse sistema é formado por vasos e gânglios linfáticos espalhados pelo corpo, como pescoço, axilas, tórax e abdômen. Assim, quando as células de defesa começam a crescer descontroladamente, surgem os tumores nos linfonodos, caracterizando o linfoma. O caso da influenciadora Isabel Veloso trouxe esse diagnóstico para o debate público e despertou dúvidas sobre a doença.

Em muitos pacientes, o primeiro sinal é um caroço indolor no pescoço, na região da clavícula ou nas axilas. No entanto, outros sintomas podem aparecer de forma mais discreta, o que atrasa a busca por atendimento. O linfoma de Hodgkin costuma atingir principalmente adolescentes, jovens adultos e pessoas acima dos 60 anos, mas pode surgir em outras faixas etárias. Por isso, qualquer alteração persistente nos gânglios linfáticos merece atenção médica.

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O caso da influenciadora Isabel Veloso trouxe esse diagnóstico para o debate público e despertou dúvidas sobre a doença – Reprodução/Instagram Joelson Veloso
O caso da influenciadora Isabel Veloso trouxe esse diagnóstico para o debate público e despertou dúvidas sobre a doença – Reprodução/Instagram Joelson Veloso
Foto: Giro 10

O que é linfoma de Hodgkin e como ele se diferencia de outros linfomas?

A palavra-chave principal aqui é linfoma de Hodgkin, categoria específica dentro dos linfomas, que são cânceres do sistema linfático. A grande diferença para o chamado linfoma não Hodgkin está nas características das células doentes vistas ao microscópio. No linfoma de Hodgkin, é comum a presença de um tipo celular chamado célula de Reed-Sternberg, considerada um marco desse diagnóstico.

Esse câncer pode se espalhar de um grupo de linfonodos para outro de forma organizada, seguindo o trajeto dos vasos linfáticos. Já outros linfomas tendem a ter um padrão de disseminação menos previsível. Há também subtipos de linfoma de Hodgkin, como o clássico e o nodular com predomínio linfocitário, que ajudam a definir o tratamento mais adequado. Mesmo sendo um câncer, essa doença tem índices de controle e sobrevida considerados elevados quando descoberta em estágios iniciais e tratada corretamente.

Quais são os sintomas mais comuns do linfoma de Hodgkin?

Os sintomas do linfoma de Hodgkin variam conforme a região afetada e o estágio da doença. Alguns sinais são chamados de "sintomas B" e têm grande importância na avaliação médica. Muitas vezes, quem está doente nota mudanças graduais, que podem ser confundidas com problemas simples de saúde.

  • Aumento de gânglios linfáticos (caroço) indolor, geralmente no pescoço, axila ou virilha;
  • Febre baixa e recorrente, sem causa aparente;
  • Suor noturno intenso, que molha a roupa ou o lençol;
  • Perda de peso não intencional, acima de 10% do peso em poucos meses;
  • Cansaço persistente e sensação de fraqueza;
  • Coceira generalizada na pele, sem lesões claras;
  • Dor no peito ou tosse, quando há comprometimento de linfonodos no mediastino (região central do tórax).

Algumas pessoas não apresentam sintomas sistêmicos e percebem apenas o aumento de um linfonodo. Em outras, o linfoma provoca manifestações mais intensas, principalmente quando já está em estágio avançado. Por isso, exames de imagem e análises laboratoriais são fundamentais para definir a extensão do quadro.

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Como é feito o diagnóstico do linfoma de Hodgkin?

O diagnóstico do linfoma de Hodgkin começa com uma avaliação clínica detalhada, na qual o médico examina os linfonodos aumentados e investiga o histórico de sintomas. Em seguida, é necessário confirmar a doença por meio de biópsia, que consiste na retirada de parte ou de todo o linfonodo suspeito para análise em laboratório.

  1. Exame físico: verificação de gânglios aumentados, fígado e baço;
  2. Biópsia do linfonodo: permite identificar as células típicas do linfoma de Hodgkin;
  3. Exames de sangue: avaliação geral do organismo, inflamação e função de órgãos;
  4. Exames de imagem: tomografia, PET-CT ou ressonância para mapear áreas afetadas;
  5. Estadiamento: definição do estágio (I a IV) de acordo com o número de regiões envolvidas e a presença de sintomas B.

O estadiamento é essencial para planejar o tratamento, pois indica se o linfoma está localizado ou disseminado. Mesmo em estágios avançados, há esquemas terapêuticos específicos que podem oferecer bom controle da doença.

Entre os chamados “sintomas B” do linfoma de Hodgkin está o Cansaço persistente e sensação de fraqueza – depositphotos.com / pressmaster
Foto: Giro 10

Qual é o tratamento do linfoma de Hodgkin atualmente?

O tratamento do linfoma de Hodgkin geralmente combina quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia em áreas específicas. Nos últimos anos, surgiram terapias-alvo e imunoterapias que ampliaram as opções, principalmente para situações em que o tumor retorna ou não responde bem ao tratamento inicial.

  • Quimioterapia: principal forma de tratamento, com ciclos definidos de acordo com o estágio;
  • Radioterapia: utilizada em regiões com maior carga tumoral ou em estágios iniciais selecionados;
  • Imunoterapia e terapias-alvo: medicamentos que atuam no sistema imunológico ou em moléculas específicas das células do linfoma;
  • Transplante de medula óssea: indicado em alguns casos de recidiva ou quando a resposta à quimioterapia é insuficiente.

O acompanhamento após o tratamento é contínuo, com consultas regulares e exames periódicos para monitorar possíveis sinais de retorno da doença e efeitos tardios das terapias. Casos como o de Isabel Veloso ajudam a chamar atenção para a importância do diagnóstico precoce, do seguimento especializado e do acesso a tratamentos atualizados, fatores que podem influenciar diretamente a evolução do linfoma de Hodgkin.

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