O que é pior? Engordar ou perder massa muscular, como aconteceu com Gracyanne Barbosa?

15 out 2025 - 04h59
Gracyanne rompeu o tendão do joelho e sofreu mudanças no seu corpo
Gracyanne rompeu o tendão do joelho e sofreu mudanças no seu corpo
Foto: Reprodução/Instagram

No mês passado, Gracyanne Barbosa rompeu o tendão patelar do joelho durante apresentação na "Dança dos Famosos", do "Domingão com Huck", da TV Globo. O acidente levou a uma cirurgia imediata, afastamento dos treinos e, como consequência, mudanças drásticas em seu corpo.

Sem manter a rotina intensa de treinos regrados e dieta que sempre seguiu à risca, ela relatou ter perdido massa muscular e, em pouco tempo, ganhou quase 19 quilos, passando de 72 kg antes da lesão para 91,3 kg após a alta hospitalar.

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 "O caso traz à tona um problema que médicos vêm alertando: a perda de massa magra é um dos maiores riscos para o corpo humano, independentemente de se tratar de atletas ou pessoas comuns", destaca o médico nutrólogo, Dr. Ronan Araujo.

É pior engordar ou perder massa muscular?

Perder massa muscular costuma ser mais prejudicial à saúde do que simplesmente engordar. Isso porque os músculos não servem apenas para a estética ou para garantir força nos treinos, eles funcionam como verdadeiros órgãos metabólicos, que regulam o gasto energético, protegem os ossos e articulações e ainda controlam a sensibilidade à insulina.

Quando alguém perde massa magra, o corpo entra em um estado de fragilidade: a taxa metabólica cai, o risco de lesões e fraturas aumenta e até a imunidade pode ficar comprometida. O ganho de peso pode ser revertido com ajustes de dieta e treino; já a perda significativa de músculos demanda um processo mais longo de recuperação, com fisioterapia, nutrição adequada e, muitas vezes, acompanhamento médico especializado.

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Dr. Ronan Araujo explica que a massa muscular é muito mais que símbolo de força ou estética. Do ponto de vista médico, ela atua como um “amortecedor biológico”, ajudando a proteger tendões, articulações e ossos de sobrecargas.

Quando há perda significativa de massa magra, o corpo perde esse suporte natural, e estruturas como o tendão patelar ficam mais vulneráveis a lesões e rupturas.

Além disso, músculos ativos desempenham papéis essenciais em:

  • Metabolismo: ajudam no controle da glicemia e da sensibilidade à insulina.
  • Hormônios: participam da regulação de diversos eixos hormonais.
  • Imunidade: músculos produzem miocinas, substâncias que impactam positivamente a saúde imunológica.

No caso da Gracyanne, a interrupção abrupta dos treinos e a pausa na dieta criaram um desequilíbrio perigoso. Ela ficou com menos músculo para sustentar um corpo que passou a pesar quase 20 quilos a mais.

Esse aumento de peso, somado à redução muscular, intensifica o estresse sobre as articulações e o joelho já fragilizado. O resultado é uma recuperação mais lenta, dor persistente e risco maior de novas complicações.

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Existem estratégias médicas eficazes para reverter esse quadro. São elas:

Nutrição proteica: garantir aporte adequado de proteínas de alta qualidade para estimular a síntese muscular, mesmo durante repouso.

Suplementação estratégica: creatina, vitamina D, ômega-3 e aminoácidos essenciais podem acelerar a recuperação e reduzir inflamação.

Fisioterapia e treino reabilitativo: fundamentais para estimular músculos sem sobrecarregar a articulação lesionada.

Controle metabólico: acompanhar peso, hormônios e composição corporal para evitar o acúmulo de gordura e perda adicional de massa magra.

Embora o caso tenha ganhado repercussão por envolver uma atleta de alto rendimento, a mensagem vale para todos.

A perda de massa muscular não é apenas um problema estético. Ela compromete equilíbrio, resistência, metabolismo e até a longevidade. E, ao contrário do que muitos pensam, esse processo pode começar cedo, em fases de sedentarismo, dietas restritivas ou em períodos de recuperação de doenças e cirurgias.

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"Cuidar da alimentação, manter treinos regulares, buscar acompanhamento médico e não negligenciar a recuperação em momentos de lesão são atitudes que valem não apenas para atletas, mas para qualquer pessoa que queira viver com vitalidade e prevenir complicações” conclui o médico Ronan Araujo.

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