O que é insuficiência venosa crônica, condição diagnosticada em Donald Trump

Quadro do presidente norte-americano foi compartilhado nesta quinta-feira, 17, pela Casa Branca

17 jul 2025 - 19h23
(atualizado em 18/7/2025 às 12h26)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de 79 anos, foi diagnosticado com insuficiência venosa crônica, informou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 17.

A divulgação do diagnóstico ocorreu para dissipar especulações sobre a saúde de Trump, que nos últimos dias apareceu com inchaços nos tornozelos e com a mão coberta de maquiagem.

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Segundo Antônio Henrique de Sousa Quintella, coordenador de cirurgia vascular da Rede Mater Dei de Saúde, a insuficiência venosa crônica (IVC) é uma condição na qual as veias, geralmente dos membros inferiores, têm dificuldade de retornar o sangue ao coração, resultando em aumento da pressão venosa.

O quadro pode ocorrer devido à disfunção das válvulas venosas, à dilatação das veias (varizes) ou a obstruções, fatores que comprometem o retorno venoso.

De acordo com Quintella, a IVC acomete tanto homens quanto mulheres, porém é mais comum em algumas condições específicas: após múltiplas gestações, quando há histórico familiar de varizes, idade avançada ou obesidade.

"Ela é mais comum em mulheres, especialmente após múltiplas gestações, devido à pressão sobre as veias pélvicas. Também é mais frequente em pessoas acima dos 50 anos porque a idade reduz a eficiência das válvulas venosas e em indivíduos obesos porque o excesso de peso sobrecarrega o sistema venoso", acrescenta André Estenssoro, cirurgião vascular e endovascular do Hospital Sírio-Libanês e do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

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Indivíduos que passam longos períodos em pé ou sentados e aqueles com história prévia de trombose também são mais afetados.

Sintomas

Os sinais e sintomas variam de acordo com a gravidade. Eles podem incluir sensação de peso ou cansaço nas pernas; inchaço (edema), especialmente ao fim do dia e no tornozelo; formação de varizes; cãibras; escurecimento da pele (hiperpigmentação) na região do tornozelo; endurecimento da pele e, em casos avançados, presença de feridas (úlceras venosas).

"O diagnóstico é essencialmente clínico, através da anamnese e do exame físico", diz Quintella. Após a consulta, o médico também pode solicitar um exame de ultrassom conhecido como doppler venoso dos membros inferiores, que avalia o fluxo sanguíneo, a presença de tromboses e o calibre dos vasos.

Tratamento

Inicialmente, o tratamento é baseado em medidas como controlar o peso, usar meias elásticas de compressão graduada, evitar longos períodos em pé ou sentado e realizar atividade física regular para fortalecer os músculos e exercitar a panturrilha.

Segundo Estenssoro, costumam ser recomendadas ainda algumas pausas ao longo do dia para elevação das pernas por 15 a 30 minutos.

Também podem ser prescritos medicamentos para melhorar o fluxo sanguíneo e reduzir o desconforto, e anti-inflamatórios tópicos ou orais em casos de inflamação ou dermatite.

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Em casos mais avançados, os especialistas explicam que podem ser necessárias intervenções como a escleroterapia — procedimento para vasinhos e varizes menores — e cirurgia com retirada das veias (flebectomia) ou com técnicas minimamente invasivas, com laser ou radiofrequência.

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