Ferramenta virtual ajuda a identificar Mounjaro falsificado

Lançada pela farmacêutica detentora da patente da tirzepatida, a ferramenta analisa o número de série do medicamento e valida se o produto é original

16 dez 2025 - 13h41

A farmacêutica Eli Lilly, detentora da patente para a comercialização da tirzepatida no Brasil, lançou nesta terça-feira, 16, uma ferramenta que ajuda pacientes a verificarem a autenticidade de medicamentos vendidos como Mounjaro no País. A plataforma pode ser acessada aqui.

O site funciona por meio da leitura do QR Code presente na embalagem do medicamento, que direciona para a verificação do número de série e indica se ele corresponde a um produto fabricado pela farmacêutica. Segundo a empresa, dados impressos de forma ilegível na embalagem podem ser um indício de falsificação, manipulação irregular ou comprometimento da integridade do produto.

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A Lilly afirma ainda que produtos comercializados apenas como "tirzepatida" não foram fabricados, estudados ou vendidos pela companhia. Atualmente, a farmacêutica é a única empresa com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fabricar e vender a molécula de tirzepatida no Brasil.

O medicamento é aprovado pela Anvisa para o tratamento do diabetes tipo 2, obesidade, sobrepeso com comorbidades e para apneia obstrutiva do sono, e só pode ser vendido exclusivamente em farmácias licenciadas pela agência mediante a retenção de receita prescrita por um profissional de saúde.

Falsificação e contrabando de Mounjaro

Casos recentes evidenciam o aumento da falsificação e do comércio irregular do Mounjaro no Brasil.

No fim de novembro, por exemplo, a Polícia Federal realizou uma operação para desarticular uma quadrilha envolvida na produção, fracionamento e comercialização ilegal de tirzepatida. Foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, em clínicas, laboratórios, estabelecimentos comerciais e residências ligadas aos investigados.

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Nos últimos dias, também vieram a público relatos de que jogadores do São Paulo Futebol Clube teriam tido acesso ao produto de forma irregular.

Além disso, brasileiros têm recorrido ao mercado paraguaio para adquirir medicamentos comercializados como tirzepatida, como mostramos nesta reportagem de outubro. Na época, em nota enviada ao Estadão, a Receita Federal informou que, de 2023 até setembro deste ano, foram apreendidas 13.903 canetas de Ozempic, Mounjaro e medicamentos similares por irregularidades.

Segundo a Eli Lilly, produtos falsificados ou manipulados não são aprovados por agências reguladoras em nenhum país e podem não ser fabricados em ambientes seguros e estéreis.

"Esses produtos podem não conter o princípio ativo, apresentar o medicamento errado, dosagens incorretas, misturas de múltiplos ingredientes ou outras substâncias nocivas, como bactérias, endotoxinas e impurezas. O uso de produtos não testados pode resultar em graves problemas de saúde", informou a farmacêutica em comunicado.

A empresa também disponibiliza um canal de atendimento para dúvidas sobre a autenticidade do medicamento, pelo telefone 0800 701 0444 ou pelo WhatsApp, no +55 11 5108-0101.

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