A corrida de rua tem ampliado sua base de praticantes no Brasil, especialmente entre adultos acima dos 35 anos. É o que aponta o Panorama da Corrida no Brasil - 4ª edição, documento que analisa o comportamento, o perfil e as motivações dos corredores no país e indica uma mudança significativa no público que chega às provas e aos treinos.
Segundo o levantamento, a faixa etária entre 35 e 49 anos já representa uma parcela expressiva dos praticantes, superando o perfil tradicionalmente associado à alta performance. Para esse público, o principal fator de adesão não é a competição, mas a busca por saúde, qualidade de vida e equilíbrio físico e mental.
O documento destaca que a corrida vem sendo incorporada como uma estratégia de autocuidado, especialmente por pessoas que passaram longos períodos afastadas do esporte ou que nunca haviam mantido uma rotina regular de atividade física. A facilidade de acesso, o baixo custo inicial e a flexibilidade de horários aparecem como elementos decisivos para a escolha da modalidade.
Outro dado relevante do panorama é a relação direta entre corrida e prevenção. A prática regular é associada à melhora do condicionamento cardiovascular, controle do peso e redução do estresse — fatores que ganham ainda mais importância a partir da meia-idade. Não por acaso, muitos corredores relatam ter iniciado os treinos após recomendações médicas ou como resposta a mudanças de hábitos.
O levantamento também aponta que esse novo perfil tende a valorizar a constância mais do que o desempenho. A maioria prioriza distâncias curtas e médias, com progressão gradual, e participa de eventos de rua como forma de estímulo e socialização, não necessariamente como meta competitiva.
Para especialistas ouvidos no documento, esse movimento redefine o papel da corrida no cenário esportivo nacional. Mais do que uma prática voltada a atletas experientes, ela se consolida como uma ferramenta de promoção da saúde pública, com impacto direto na redução do sedentarismo em faixas etárias economicamente ativas.
Com isso, provas de rua, assessorias esportivas e marcas do setor passam a adaptar linguagem, serviços e experiências para um público mais maduro, atento à saúde e interessado em longevidade ativa. Um retrato que ajuda a explicar por que a corrida segue em expansão, não apenas nas largadas, mas também no cotidiano dos brasileiros.
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