À medida que vamos ficando mais velhos, passamos a fazer os movimentos de maneira mais lenta e com menos agilidade. Mas por quê? Um grupo de pesquisadores da Universidade de Colorado - Boulder se propôs a investigar os motivos para a mudança de comportamentos.
A pesquisa, publicada no jornal científico JNeurosci, considerou resultados de dois grupos. Em um deles as pessoas tinham entre 18 e 35 anos. Noutro os indivíduos tinham entre 66 e 87 anos.
Os participantes tiveram que controlar uma mão robótica para alcançar um alvo em uma tela. Os pesquisadores mediram o tempo de reação durante a tarefa e quanta energia foi gasta.
Com menos precisão e estabilidade, faz sentido que pessoas mais velhas realizem movimentos com mais lentidão. Mas os pesquisadores sugerem outras explicações.
Teorias para a mudança na agilidade
Uma das hipóteses para os movimentos mais lentos em pessoas mais velhas é que os músculos trabalham de maneira menos eficiente e os movimentos custam mais energia. Os pesquisadores descobriram que os adultos mais velhos modificam seus movimentos sob certas circunstâncias para conservar seu limite de energia.
Outra hipótese é que à medida que envelhecemos, os cérebros produzem menos dopamina, que proporciona, por exemplo, uma sensação de satisfação após um trabalho bem executado. Assim, com uma sensação menor de recompensa, o esforço para chegar lá pode ser igualmente menor.
Recompensas afetam os resultados
Durante a pesquisa, os participantes foram informados que seriam recompensados se conseguissem alcançar o alvo. O estímulo fez com que todos os participantes reduzissem seu tempo em até 5% para chegar no alvo mais rápido. Mas os grupos reagiram de maneiras distintas.
Enquanto os mais jovens moviam os braços mais rapidamente, os mais velhos começaram a mover os braços mais cedo. O tempo de reação dos jovens passou a ser mais rápido, depois que os pesquisadores acrescentaram pesos aos seus braços.
Um dos autores da pesquisa, Dr. Robert Couter, disse, segundo um artigo publicado pela universidade, que o cérebro parece ser capaz de detectar mudanças pequenas na quantidade de energia que o corpo está usando e ajusta os movimentos. “Mesmo com apenas alguns quilos a mais, reagir mais rápido se tornou a opção energeticamente mais barata para obter a recompensa, então os jovens imitaram os adultos mais velhos e fizeram exatamente isso", disse.
Uma das cientistas responsáveis pela pesquisa, a professora Alaa Ahmed, disse que se for possível descobrir onde e como estas alterações emergem do corpo, especialistas podem ser capazes de desenvolver tratamentos para reduzir o impacto do envelhecimento e das doenças. “O motivo pelo qual nos movemos dessa maneira, desde os movimentos dos olhos até alcançar, caminhar e falar, é uma janela para o envelhecimento e o Parkinson”.