Poucas bebidas conseguem atravessar culturas, climas e rotinas com tanta naturalidade quanto o café, presente no despertar de milhões de pessoas. Um levantamento divulgado pelo Visual Capitalist em 2025 analisou o consumo diário de café em 65 países e trouxe descobertas curiosas sobre quem realmente vive à base da bebida. O destaque absoluto vai para a Europa, especialmente os países do norte, onde o café faz parte do estilo de vida.
Norte da Europa lidera - e com folga
No topo do ranking aparece Luxemburgo, com uma média impressionante de 5,31 xícaras de café por pessoa por dia. O número chama atenção, mas tem explicação: além de uma forte cultura cafeeira, o país recebe diariamente milhares de trabalhadores de regiões vizinhas, o que eleva o consumo médio.
Logo atrás surgem Finlândia e Suécia, dois países onde o café é quase uma instituição nacional. Na Suécia, por exemplo, o fika - a pausa diária para o café - é parte essencial da rotina, tanto no trabalho quanto na vida social. Aliás, o dado mais simbólico do ranking é que todo o top 10 é europeu, reforçando como o consumo da bebida está profundamente ligado ao clima, à tradição e ao modo de viver da região.
Ranking completo
Os 10 países que mais consomem café per capita em 2025 são:
- Luxemburgo
- Finlândia
- Suécia
- Noruega
- Áustria
- Dinamarca
- Suíça
- Holanda
- Grécia
- Alemanha
Produzir muito não significa beber mais
Quando o recorte muda para grandes economias globais, o cenário é outro. Países que lideram o consumo total de café não aparecem tão bem quando o critério é o número de xícaras por pessoa. Os Estados Unidos, por exemplo, ocupam apenas a 24ª posição, com média de 1,22 xícaras por dia. O Japão, apesar da crescente cultura de cafeterias e cafés especiais, fica abaixo de uma xícara diária por habitante.
E o Brasil, maior produtor mundial de café? Surge na 18ª colocação, com 1,58 xícaras por pessoa por dia. O dado mostra que, embora o café seja parte importante da identidade nacional, ele não está tão presente no cotidiano quanto em países onde o hábito se espalha ao longo de todo o dia. Segundo a análise, nos países do norte europeu o café não é apenas uma bebida: é um marcador de rotina, convivência e até bem-estar.
Onde o café quase não entra no copo
Na outra ponta do ranking está a Índia, o país com o menor consumo de café do mundo. A média é de 0,02 xícaras por pessoa por dia - o equivalente a uma xícara a cada sete semanas. A explicação está na cultura local. Em grande parte do país, o chá e outras bebidas quentes ocupam esse espaço no dia a dia. O dado reforça que o consumo de café não depende apenas de oferta ou mercado, mas de hábitos construídos ao longo do tempo.
Café como espelho cultural
O ranking global deixa claro que o café é mais do que uma preferência individual. Ele reflete clima, tradições, ritmo de vida e até relações sociais. Enquanto alguns países transformam cada xícara em um ritual coletivo, outros mantêm distância da bebida - sem que isso represente menos conexão ou prazer. No fim, o mapa do consumo mundial revela algo simples e poderoso: ele continua unindo pessoas, mas cada cultura escolhe a sua própria forma de apreciá-lo.