É comum encontrar vinhos vedados com rolhas e também com tampas roscas no mercado. Muita gente fica na dúvida se a vedação está diretamente ligada à qualidade do vinho.
Degusta conversou com o sommelier e consultor de vinhos, Arlindo Brito, para entender as diferenças e porque as garrafas são fechadas de forma distinta.
Segundo o profissional, tem sido cada vez mais comum encontrar vinhos vedados com roscas já que a rolha é feita de cortiça, um material esponjoso extraído da casca do sobreiro, uma árvore típica da região mediterrânea que está em extinção. A casca é extraída a cada 10 anos.
"A cortiça tem a vantagem de ser impermeável, elástica e resistente, além de permitir uma micro-oxigenação do vinho, que é importante para o seu envelhecimento", diz Arlindo.
A rolha é o método mais antigo e tradicional de vedar as garrafas de vinho.
"Ela começou a ser usada no século XVII, quando as garrafas de vidro se tornaram mais uniformes e resistentes. Antes disso, os vinhos eram armazenados em barris, ânforas ou garrafas de cerâmica, que eram vedadas com cera, óleo ou pano", explica ele.
A tampa de rosca é um método mais moderno e prático de vedar as garrafas de vinho. Ela surgiu na década de 1950, na Austrália, como uma alternativa às rolhas.
"A tampa de rosca é feita de metal ou plástico, com um revestimento interno que evita o contato direto com o vinho. Ela tem a vantagem de ser mais barata, mais fácil de abrir e fechar e garante uma vedação total do vinho".
O sommelier explica que a forma de vedação não interfere na qualidade do vinho e está mais relacionada ao custo-benefício para os produtores. "E também os europeus são perfeccionistas quando se trata de vinhos, são anos de experiência", conclui.